sexta-feira, 11 de abril de 2025

Cerca de mil Indígenas tentam invadir Congresso e polícia legislativa usa gás para conter

 

Cerca de mil indígenas que participavam da marcha do Acampamento Terra Livre, nesta quinta-feira (10), em Brasília, tentaram invadir o Congresso Nacional. A marcha integra o encontro, promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que visa debater os direitos e políticas para os povos originários e termina nesta sexta (11).

a assessoria da Câmara dos Deputados informou que eles "romperam linha de defesa da Polícia Militar do Distrito Federal, derrubaram os gradis e invadiram o gramado do Congresso Nacional". "As Polícias Legislativas Federais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal usaram agentes químicos para conter a invasão e impedir a entrada no Palácio do Congresso", informa à Câmara.


Segundo a assessoria, havia um acordo de que os manifestantes do movimento indígena "chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso". "Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite", acrescentou.

No momento, a situação já foi controlada e o policiamento das duas Casas Legislativas, reforçado, conforme informações da assessoria.




Em nota, a Secretaria de Polícia do Senado Federal esclareceu que teve que conter os manifestantes, devido o "avanço inesperado" em direção à sede do Poder Legislativo, e por isso, foi "necessário conter os manifestantes, sem grandes intercorrências". "Ressaltamos que a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida", diz a nota.


Já a Presidência do Congresso Nacional reforçou o "seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica". Porém, destacou que "é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares".




Demandas indígenas


Durante a marcha desta quarta-feira (10), indígenas do Pará e do Mato Grosso aproveitaram a mobilização em Brasília para protestar contra o projeto da Ferrogrão. A proposta prevê a construção de 933 quilômetros de trilhos cortando a região amazônica, passando próximo a seis terras indígenas e 17 unidades de conservação. Com faixas e cartazes, os manifestantes denunciaram os impactos ambientais e sociais que a obra pode causar aos seus territórios e modos de vida.

A manifestação integra a programação do Acampamento Terra Livre (ATL), que chegou à sua 21ª edição nesta semana. A mobilização começou na segunda-feira (7) e tem como tema central: “Apib somos todos nós: em defesa da Constituição e da vida”. O foco, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), é reforçar a luta pela garantia dos direitos constitucionais dos povos originários.

Além dos protestos, o ATL promove uma série de debates e atividades políticas. Entre os temas em destaque estão os conflitos em territórios indígenas, a criação da Comissão Nacional da Verdade Indígena, a atuação da Câmara de Conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF), a necessidade de uma transição energética justa e o fortalecimento da resistência LGBTQIA+ dentro dos povos indígenas.