A necessidade de obras estruturais para recuperar diversos pontos de Petrópolis que sofreram com deslizamentos de terra e interdições, além de um prejuízo já estimado em R$ 16 milhões e que pode chegar a R$ 60 milhões, levaram a Prefeitura de Petrópolis a decretar estado de emergência. Com a medida, os governos do Estado e Federal terão que cumprir com suas responsabilidades e auxiliar o município na retomada da normalidade.
“Em um primeiro momento, conseguimos desobstruir a maior parte das ruas, mas precisamos fazer muitas obras para conter as encostas e dar segurança e tranquilidade. Decretamos emergência, pois exigimos atuação do Governo do Estado, que até agora foi praticamente inexistente. Vale lembrar que até este exato momento, ou seja, passados mais de dez dias, o governador não compareceu à cidade. Mas esperamos que ele venha, antes tarde do que nunca”, disse o prefeito Rubens Bomtempo.
A Defesa Civil estadual, em contato com a secretaria municipal, já destacou que a situação de Petrópolis é a mais grave do Estado. Isso porque, no noroeste fluminense, houve apenas inundações, e, nestes casos, a recuperação é mais rápida. No caso de Petrópolis, a resposta depende de obras estruturantes, como nos casos da Rua Pedro Elmer, no Itamarati; na Rua Henrique Paixão, no Floresta; e na Posse, onde até mesmo uma rua afundou.
“Neste primeiro momento, mobilizamos mais de 200 pessoas para garantir uma resposta imediata no que tange à liberação das vias e no atendimento operacional às vítimas da chuva, e isso foi feito. Mas sabemos que muito mais precisa ser feito para garantir efetivamente segurança às famílias afetadas e para toda a população. Além das obras, teremos condição de fazer outras ações, como a contratação de frentes de trabalho”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.
O secretário de Defesa Civil, tenente-coronel Gil Kempers, destacou que análise preliminar do Estado incluiu Petrópolis no segundo nível de emergência, o que permite à cidade, inclusive, receber auxílio humanitário.
“Conversamos bastante com a Defesa Civil estadual e enviamos a documentação necessária para homologar o estado de emergência. Temos um passivo grande com relação às obras necessárias para reconstruir e restabelecer a normalidade. Comparativamente aos municípios que já pediram a situação de emergência no Estado, a nossa situação é pior, por demandar obras estruturantes”, informou Kempers.
Relatório de impactos da chuva envolve diferentes setores do governo
A decisão pela decretação de situação de emergência, leva em consideração as ações de recuperação que serão necessárias em diversas localidades. Estas áreas serão identificadas a partir de levantamento feito com representantes das secretarias de Defesa Civil, Obras, de Assistência Social, de Serviços, Segurança e Ordem Pública, de Administração, de Educação, de Saúde, além da Comdep e CPTrans.
Todos trabalharam de forma integrada para o atendimento às mais de 400 ocorrências registradas no período. A maior parte das ocorrências foi por deslizamentos. A Defesa Civil realizou 70 interdições.
Nesta segunda (17), o município ainda recebeu técnicos da Secretaria de Defesa Civil estadual, que juntamente com os municipais percorreram alguns pontos considerados de maior gravidade como no Floresta, no Itamarati e na Posse.
A decretação de emergência tem como base a Instrução Normativa nº 36 de 04 de dezembro de 2020, do Ministério do Desenvolvimento Regional.