segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Centro de Controle e Combate ao Coronavírus erra, diz que idoso morreu, liga e diz que estava vivo e depois confirma morte


O desespero de uma família que perdeu um ente querido por conta do Coronavírus é algo inimaginável. Porém, para uma família de Campos, a angústia pode ser ainda maior. Isso porque um erro no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus da Prefeitura de Campos, que funciona no Hospital Beneficência Portuguesa, pode ter feito com que outra pessoa fosse enterrada no lugar da vítima.


De acordo com o pastor Jonellis Barcelos, da Segunda Igreja Batista de Campos, tudo começou no sábado (19), quando a assistência social do CCCC, entrou em contato com a família e informou o falecimento do seu pai, João Manoel Barcelos. “Eles nos ligaram na manhã de sábado, pedindo para levarmos toda a documentação dele pois infelizmente, ele não havia resistido e acabou falecendo. Choramos bastante, mas com a força que Deus me deu, pude ir ao hospital resolver todas as questões para que a gente pudesse enterra-lo”, declarou Jonellis.

Ainda de acordo com o pastor, nenhum familiar teve acesso ao corpo para fazer o reconhecimento. “Por conta de todos os protocolos, ninguém pode ter acesso ao corpo. Já com a funerária, enterramos o meu pai no Cemitério João Batista, em São João da Barra, ainda no sábado, pois teria que ser um pouco mais rápido por conta da possível contaminação a outras pessoas”, comentou.

Já no domingo (20), a família, em luto, foi surpreendida com uma ligação do hospital. “Eles ligaram pra minha irmã, passando o relatório diário e o quadro de saúde do meu pai. Ela informou ao enfermeiro, que ele havia falecido no dia anterior. Porém, mesmo diante da afirmação, o enfermeiro disse que ele estava vendo o meu pai na frente dele, que ele estava vivo e que não havia morrido. Fomos ao hospital, andamos tudo e não o encontramos”, afirmou Jonellis.

“Diante dessa situação, estamos desesperados. Não sabemos se meu pai realmente morreu, se ele está vivo, ou se enterramos a pessoa certa no caixão. Se ele de fato morreu, para onde meu pai foi? Será que ele foi realmente enterrado por nós? Será que é o corpo dele que está em nosso jazigo? E se não for, quem nós enterramos? Onde meu pai está enterrado?”, questionou Jonellis.

Diante da situação, Jonellis afirmou que entrou com uma ação judicial contra o Centro de Controle e pediu a justiça que o corpo pudesse ser exumado para que a família confira se de fato é o Seu João quem está enterrado. “Entramos com uma ação judicial para conseguir a exumação do corpo e descobrir se de fato é o meu pai quem está enterrado. Além disso, entramos com uma ação contra o Centro de Controle devido a situação, principalmente ao dano emocional causado em nós. Estamos aflitos, sem saber se ele está vivo ou morto”, declarou.

O Jornal Terceira Via entrou em contato com a Prefeitura de Campos e aguarda uma posição do órgão a respeito da situação vivida pela família.