segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Fora das Redes Sociais... O que você é?


         Não existe autoestima relevante. 
     Encontra-se 30.000 livros pelos sites de venda, mais de 3.000 cursos nos resultados do Google. 
     E dentro do tema Auto ajuda, por si só, o assunto já é um subgênero. 

         Sem contar que muita gente já deve ter feito tudo quanto é terapia. Mas nada disso resolveu esse problema. E ninguém conseguirá resolver mesmo. 

           Dane-se a auto estima. Ela não serve pra nada. O cálice sagrado da auto ajuda é inútil. 

        Mais de 15.000 estudos indicam que a autoestima não está relacionado com sucesso no trabalho, na vida amorosa e sexual, na vida financeira, na saúde e nas relações interpessoais. Não indicam que nos estudos tem notas melhores ou ficarão sem vícios de álcool, cigarro ou drogas ilícitas. 

       Cientificamente, indicam maior propensão ao racismo, elitismo, violência e delírios de grandeza. 

          Então, como a autoestima conseguiu toda essa fama que vemos hoje em dia? 

       É simples. É só saber o que significa o tal sentimento: é a avaliação que a pessoa faz de si mesma. E é sempre positiva de si mesma. Ela acredita que é bem sucedida no trabalho, que é uma boa parceira sexual ou em relacionamentos etc., mesmo que nada disso seja verdade. 

         Simplesmente porque a pessoa baseia essa avaliação no que ela sente e não em dados objetivos do mundo real. E aí surge o problema. Uma pessoa não pode melhorar-se se ela parte do princípio que não tem o que melhorar. 

      O antigo psiquiatra e carcerário Theodore Dalrymple (pseudônimo do Dr. Anthony Daniels) elucida: “Basta ir a prisão para ver a autoestima mais absurdamente elevada entre um grupo de criminosos que não trouxe nada além de miséria às pessoas ao redor, principalmente porque eles se consideravam tão importantes que não eram capazes de errar”. 

       O movimento da autoestima que começou nos anos 70 e decolou nos anos 80, criou uma das gerações mais fracas da humanidade e ao mesmo tempo uma das gerações que se acha mais importante, mesmo sem ter feito nada para merecer este título. 

         Dois terços (2/3) dos estudantes hoje em dia acreditam que, se comandassem o mundo, este seria um lugar melhor. Estes mesmos estudantes não conseguem nem comandar a própria vida. 

      Mas de tanto ouvir dos pais, da escola, da sociedade que eles eram especiais, eles acabaram acreditando. Só que se todo mundo é especial, ninguém é especial por pura definição. E sinceramente é difícil de acreditar que não exista uma autoestima deveras frágil: bullies, sócio patas, prisioneiros, todos batem lá em cima nos níveis da autoestima. Todos vivem numa auto idolatria sem motivos para tal e prestes a perder o controle caso alguém desafia suas crenças. 

    Não é para as pessoas apresentarem uma baixa autoestima...isso também é ruim. O que é primordial é: dane-se algo que só faz parte de uma ilusão determinada de si mesmo. Se as pessoas querem se sentir bem consigo mesmas, tem que fazer por merecer. Ao invés de buscas livros e cursos que aumentam a autoestima, mas não funcionam, busquem aprimorar suas qualidades, aprimorar quem é, aí sim, as pessoas começarão a se sentirem bem. Baseadas nessa premissa sentirão confiança, o que é bem diferente de autoestima, porque é uma base sólida. Só se torna confiante em algo quem se preparou para aquilo. Um ator só entra em cena confiante porque ensaiou muito, e mesmo assim seria natural sentir nervoso antes da performance e outras grandes inseguranças sobre seu valor em tempos ao decorrer da vida. É isso que se faz para evoluir. 

     O conforto ilusório da autoestima tem que dar lugar ao real valor do autoconhecimento, tendo consciência dos pontos fortes e fracos, sabendo no que é bom e no que não é, quando acertou ou quando errou, de maneira sincera e transparente, mas saudável, e sem tortura. 

      O objetivo é ser consciente, se tornar alguém melhor, afinal de contas sempre podemos melhorar. Ninguém é e nunca será bom em tudo, mesmo que algumas pessoas acreditam que são em suas redes sociais e na vida real.






Ela de Oliveira