Policiais federais cumprem mandados no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Há equipes também em outros pontos da cidade. De acordo com a Polícia Federal (PF), a Operação Placebo, deflagrada nesta terça-feira (26), tem por objetivo apurar indícios de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no estado do Rio. Em nota, o governador descartou qualquer participação em irregularidades e afirmou que "a interferência (na Polícia Federal) anunciada pelo presidente da república (Jair Bolsonaro) está devidamente oficializada".
São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Em nota, o governador Wilson Witzel descartou qualquer participação sua em irregularidades: "Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro".
Outros alvos da ação da Placebo são Gabriell Neves, ex-subsecretário de Saúde de Witzel preso na Operação Favorito, e o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), organização social contratada pelo governo do RJ para a construção de sete hospitais de campanha no estado, um deles está instalado em Campos, cuja entrega está prevista para o dia 12 de junho, após outros prazos não terem sido cumpridos.
Segundo a PF, elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal naquele estado foram compartilhados com a Procuradoria Geral da República no bojo de investigação em curso no STJ e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Agência Brasil | G1