sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Em Audiência Pública, Associação Amigos do Rim relata descaso com pacientes renais em Campos

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Campos, nesta quinta-feira (16), a Associação Amigos do Rim relatou negligência e descaso com os pacientes renais em Campos. Problemas como transporte de pacientes que fazem hemodiálise e até falta de medicamentos foram relatados durante a reunião, que teve o objetivo de discutir os problemas enfrentados pelos pacientes renais.

A presidente da Associação Amigos do Rim, Greice Vasconcelos, informou que são 638 pacientes registrados na entidade e, nesses últimos 11 anos, a demanda tem sido crescente de pedidos que não têm como ser atendidos. Ela disse que, nos últimos 3 anos, a doença renal teve um aumento de 200%, para os pacientes já em hemodiálise. Além disso, houve queda na doação de órgãos durante a pandemia


Foram convidados para participar da discussão os representantes da Secretaria municipal de Saúde, Fundação municipal de Saúde, Associação amigos do rim, Ministério público estadual, defensoria pública e Pró-rim. Além disso, os pacientes renais também estiveram presentes e contaram a realidade vivenciada pela falta de recursos, dificuldade em marcar consultas, em realizarem exames, descaso na alimentação enviada pela Prefeitura e escassez de medicação.

Greice Vasconcelos listou algumas dificuldades e demandas necessárias para a instituição: “Falta de vagas da hemodiálise, além de precariedade da assistência básica de prevenção da saúde e da doença renal. Lidamos com falta de medicação. Temos o problema do transporte, que isso ainda não está solucionado. Existem sempre paliativos. Então a gente precisa acabar com isso, porque, afinal de contas, as pessoas que estão ali são tratamentos diários. Então é um tratamento pra vida”, disse.

Além disso, Greice disse que uma grande dificuldade enfrentada pelos pacientes é a logística realizada pela Prefeitura para a realização de hemodiálise na cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. O transporte parte do Centro de Saúde para Itaperuna, mas não tem transporte das casas dos pacientes para o Centro de Saúde. Muitos deles são debilitados e não têm como se locomover em grandes distâncias. E na volta da hemodiálise, não tem previsão de retorno, então ficam aguardando por muito tempo após o procedimento.

Segundo Greice, a partir da audiência pública, novos encontros serão realizados entre a associação e a Prefeitura de Campos para começar a pontuar as necessidades e buscar soluções para os problemas.

A equipe de reportagem fez contato com a Prefeitura e aguarda posicionamento sobre o assunto.






Fonte:Terceira Via