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| (Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
Os rumores na capital são de que o PSL do Rio trabalha para levar para a legenda clãs tradicionais da política fluminense: os Brazão e os Garotinho — que conta com o casal de ex-governadores Anthony e Rosinha, além de dois filhos deles, a deputada federal Clarissa Garotinho e o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho. As mudanças na sigla, que se afasta dos Bolsonaro e deve ter como presidente regional o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, visam as eleições de 2022, com o possível apoio à candidatura de Cláudio Castro (PL) à reeleição. Em Campos, o presidente do diretório local do PSL, o vereador Nildo Cardoso, disse que não existe essa confirmação. No momento, ele entende a movimentação como especulação ou até fake news.
O prefeito de Belford Roxo, Waguinho, chega ao partido que tem um dos maiores fundos partidários do país com a mulher, a deputada federal Daniela do Waguinho, e o deputado estadual Márcio Canella, que já presidiu a legenda no Rio. E leva para o PSL, também, a dinastia Brazão — com o deputado federal Chiquinho, o estadual Pedro e o vereador do Rio Waldir, também estaria na lista para aterrissar na sigla já pensando nas eleições do próximo ano.
O partido em Campos tem dois vereadores. Além de Nildo, a outra cadeira na Câmara é ocupada por Bruno Viana, filho do falecido deputado estadual Gil Viana; principal articulador da legenda na região em 2018, quando o PSL surgiu com apoio à família do presidente Jair Bolsonaro, que foi eleito pela sigla, mas está sem partido no momento.
Segundo Nildo, essa possibilidade começou a ser especulada na semana passada. Ele afirma que não foi informado sobre o assunto pelo deputado federal Felício Laterça, que considera a grande liderança do PSL no Estado. "Tenho orgulho de fazer parte dos quadros do PSL. Hoje (nesta terça-feira, 06), conversei na Câmara de forma superficial com o vereador Bruno sobre essa questão", contou.
— Não posso dizer se é fato ou não, antes de ser comunicado pela regional. Assim como conversar com o deputado federal Felício Laterça, que está hoje cumprindo agenda na região Serrana do Rio. Foi ele que me colocou no partido e devo respeito. No entanto, posso afirmar que alguma decisão vou tomar. Vou esperar a decisão do Rio para tomar a minha, que poderá ser em conjunto com Bruno — adiantou Cardoso. Nildo e Bruno caminham afastados dos projetos políticos dos Garotinhos.
Na perspectiva da capital, se confirmada a ida destes três clãs, o PSL estaria garantindo voto no Norte Fluminense, com os Garotinho; na Baixada, com os aliados de Waguinho; e parte da Zona Oeste do Rio, com os Brazão. O partido assim se afasta do bolsonarismo raiz, que tem figuras como a deputada estadual Alana Passos (PSL), que quer ser candidata ao Senado. Ela e outras figuras do partido devem seguir Jair Bolsonaro para o partido que ele for.
Segundo a jornalista Berenice Seara, do Extra, quem iria presidir o partido no estado seria Waguinho. O atual presidente estadual do PSL, Sargento Gurgel, ficaria no diretório municipal do Rio.
No Face - Nesta terça-feira, em um texto no Facebook, cheio de enigmas quanto ao que pretende fazer nas próximas eleições, Anthony Garotinho reforçou seu DNA político voltado para a corrente trabalhista - ele se fez via o PDT. O líder do clã Garotinho na região, também escreveu que "a discussão do Brasil hoje entre ser de direita ou de esquerda não é real".
"Nos próximos dias, tomarei algumas decisões políticas que podem deixar alguns dos meus seguidores e companheiros políticos um tanto quanto perplexos. Mas o quadro político partidário no Brasil é tão confuso que é necessário capacidade de interpretação tática (no momento) para que possamos ter uma estratégia de longo prazo", escreveu, não confirmando, necessariamente, sua ida para o PSL, mas abrindo brecha para interpretação que irá escolher algum caminho, já que se encontra sem partido.
Fonte: Folha da Manhã / Extra
