sábado, 28 de setembro de 2024

Saúde : conheça as propostas dos candidatos a prefeito de Petrópolis



A eleição municipal está cada vez mais próxima e o Diário segue buscando reunir as propostas dos candidatos a prefeito sobre os temas mais importantes para a cidade. Nesta edição, Dr. Santoro (Novo), Eduardo Blog (Republicanos), Hingo Hammes (PP), Rubens Bomtempo (PSB) e Yuri (Psol) trazem os planos para a área da saúde.

O atendimento pelo SUS na cidade é realizado em nove hospitais, dois públicos e sete privados, que são conveniados com o município. Mas quem precisa de internação e mora nos distritos mais afastados do Centro tem dificuldade maior de acesso. De acordo com o Plano Municipal de Saúde 2022-2025, o distrito de Pedro do Rio fica há 17,7 km do Hospital Alcides Carneiro (HAC) e a 30 km do Centro - o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp fica no Bingen. Já para a Posse, a distância é de 34,8 km para o HAC e 50 km para o Centro.


Ainda segundo o Plano Municipal de Saúde 2022-2025, em relação aos serviços de urgência e emergência, além do Hospital Alcides Carneiro (HAC) e do Hospital Municipal Dr. Nélson de Sá Earp (HMNSE), Petrópolis tem outras seis portas de entrada: as três UPAs (Centro, Cascatinha e Itaipava) - que concentram 88% dos atendimentos desse tipo, o Pronto Socorro Leônidas Sampaio e os Serviços de Pronto Atendimento (SPA) Pedro do Rio e Posse. Também há o convênio com o Hospital Santa Teresa e o Samu, que atende não só Petrópolis, mas outros municípios da região.

O Relatório Anual de Gestão do ano passado, elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde, aponta que Petrópolis contava, em dezembro de 2023, com 46 equipes de Estratégia de Saúde da Família e nove UBSs, além de outros equipamentos que fizeram a cobertura da Atenção Primária a Saúde alcançar 71,31%. São esses equipes que fazem, por exemplo, o trabalho de prevenção de doenças e aplicação de vacinas. Sobre a imunização, neste ano, a cobertura superou 90% em sete das vacinas que compõem o calendário infantil, está acima de 80% em outras sete e duas passaram de 70%; três estão abaixo desse patamar.

O Plano Municipal de Saúde 2022-2025 também indica que, antes da pandemia, a cidade fez 533 mil atendimentos de média complexidade em 2018 e 577 mil em 2019, sofrendo uma grande redução em 2020, com o aparecimento da covid-19 e as medidas de restrição de circulação impostas na cidade (320 mil atendimentos).

Com esse cenário, os candidatos foram questionados sobre o que pretendem fazer para melhorar o acesso dos moradores dos distritos mais afastados do Centro às redes hospitalar e de urgência/emergência, ampliar os atendimentos de média e alta complexidade, aumentar a cobertura de atenção básica, serviço preventivo e vacinação infantil e reduzir filas e tempo de espera para cirurgias, exames e consultas com especialistas.


As perguntas foram enviadas pelo Diário aos candidatos na quarta-feira (25/09) e as respostas serão apresentadas com candidatos organizados em ordem alfabética, de acordo com o nome que vai aparecer na urna eletrônica.

1. Petrópolis tem um dois hospitais públicos, um no primeiro distrito e outro no segundo. Além disso, a cidade conta com três UPAs, localizadas no primeiro, segundo e terceiro distrito. De que maneira você pretende ampliar a oferta de atendimento médico-hospitalar e a rede urgência/emergência para facilitar o acesso para os distritos mais distantes do Centro?

Hingo Hammes (PP): 
Pretendo expandir a cobertura do Programa de Saúde da Família, fortalecendo a atenção primária nos distritos. Também vamos garantir equipes médicas capacitadas e melhorar as UPAs, com apoio estadual para investimentos e expansão. Além disso, vamos reestruturar a rede de saúde, com foco em infraestrutura hospitalar e na criação de novos pontos de atendimento pré-hospitalar em locais estratégicos.

Dr. Santoro (Novo): A rede municipal de saúde possui boa infraestrutura. O problema está nas longas filas para exames e consultas, que foram artificialmente criadas pelo Bomtempo, para favorecer interesses políticos. A solução não é expandir a rede física, mas zerar as filas em até 180 dias, por meio de parcerias com a iniciativa privada, contratando serviços de saúde de forma mais eficiente e econômica. Isso visa desmantelar o sistema corrupto que mantém os cidadãos reféns de favores políticos do atual prefeito e equipe.

Eduardo Blog (Republicanos): A unidade de Saúde da Posse vai virar uma UPA 24h e vamos criar a UPA Quitandinha. Vou iniciar a contratação de médicos por PJ com melhores salários para Postos de Saúde, Hospitais, UPAs, aliviando o fluxo do Pronto Atendimento com atenção básica perto de casa. A antiga Casa Providência vai virar um Hospital da Mulher e vamos ampliar o convênio com o Hospital Santa Teresa para alta complexidade. Cortando cargos comissionados, contratos milionários e aditivos será possível investir mais em saúde.


Rubens Bomtempo (PSB): Recuperamos as UPAs após o abandono dos 5 anos anteriores, inclusive pelo governo interino, reativando a unidade do Centro e reformando a de Cascatinha, que pegou fogo e virou covidário em anos anteriores à atual gestão. Já implantamos bases do SAMU no Vale das Videiras e Secretário e estamos construindo uma no Meio da Serra. Esse modelo vai ser ampliado, assim como as Unidades Pré-Hospitalares, como a de Pedro do Rio e a da Posse, que será inaugurada neste domingo.

Yuri (Psol): Vamos transformar o Pronto Socorro do Alto da Serra em um Hospital. Readequar a UPA de Itaipava, reformar e reestruturar o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp e implementar nas unidades de saúde de Pedro do Rio e Posse, a urgência/emergência 24h com todas as especialidades necessárias. Também é importante garantir uma regulação mais ágil na espera por leitos, UTIs, cirurgias e transferências.

2. Quais os seus planos para ampliar a rede de atendimento de média e alta complexidade? Há planos para aumentar a rede conveniada?

Hingo Hammes (PP):

 Nosso plano é reforçar a infraestrutura hospitalar por meio de investimentos na modernização e ampliação de serviços especializados, como oncologia e atendimento a pacientes crônicos. Vamos buscar parcerias com os governos estadual e federal para ampliar a oferta de leitos e equipamentos, especialmente em UTIs. Além disso, vamos ampliar a rede conveniada, integrando mais hospitais e clínicas ao sistema público, e manter convênios importantes, como o do Hospital Santa Teresa.


Dr. Santoro (Novo): Nosso plano envolve garantir a responsabilidade fiscal, mantendo os pagamentos em dia aos prestadores de serviços privados. Isso permitirá reduzir o sobrepreço dos contratos, causado pelos atrasos atuais, e aumentar a oferta de leitos hospitalares. Com parcerias bem estruturadas, queremos assegurar que os cidadãos mais humildes tenham acesso à rede privada de saúde com qualidade equivalente à de quem possui plano de saúde, eliminando filas e gargalos.

Eduardo Blog (Republicanos): A prioridade total é ampliar o convênio com o Santa Teresa pagar em dia para não prejudicar a população e recuperar a confiança da instituição no governo municipal. Após as reformas administrativas, cortes de 50% dos cargos em comissão, revisão dos contratos e aditivos (mais de R$100 milhões), será possível investir em novos convênios.


Rubens Bomtempo (PSB): O Alcides Carneiro foi deixado em petição de miséria pelo governo interino: sujo, colchões rasgados, comida de péssima qualidade, paciente tendo que levar cobertor e acompanhante dormindo em cadeira de plástico. Hoje o hospital voltou a ser motivo de orgulho para o petropolitano. Andar pra trás nunca mais! Vamos fazer um Centro de Ortopedia e reabrir a Casa Providência, que será uma extensão do Alcides Carneiro, proposta que tem o apoio da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Yuri (Psol): Queremos retomar o convênio com o Hospital Santa Teresa, faremos uma nova proposta e buscaremos apoio do Governo Federal. Vamos também apresentar projetos de construção de unidades regionais de média e alta complexidade para os governos estadual e federal. Petrópolis é a maior cidade da região, com financiamento e repasses, pode sediar hospitais regionais que fortalecerão a rede de atendimento ao petropolitano.

3. O que você pretende fazer para ampliar a rede de atendimento básico, os trabalhos preventivos e a vacinação infantil?


Hingo Hammes (PP): 
Vamos fortalecer a atenção primária expandindo o Programa de Saúde da Família, com a criação de mais unidades. Na prevenção, ampliaremos o Programa Saúde na Escola, promovendo ações de conscientização para crianças, adolescentes e também nas comunidades. Também iremos reforçar as campanhas de combate a doenças crônicas. Quanto à vacinação infantil, vamos garantir a distribuição contínua, aumentar os pontos de vacinação e intensificar as campanhas de conscientização para aumentar a adesão

Dr. Santoro (Novo): Nossa proposta envolve parcerias com a iniciativa privada, garantindo saúde de qualidade aos mais pobres de Petrópolis. Vamos expandir vagas para exames, consultas e programas preventivos, incluindo a vacinação infantil, todos custeados pela prefeitura. Um foco especial será dado à ampliação do Programa Saúde da Família, priorizando a prevenção, pois cada real investido nessa área resulta em uma economia de quatro reais na saúde curativa, otimizando os recursos públicos.

Eduardo Blog (Republicanos): Colocar equipe completa nos PSFs, ESFs, UBSs, é prioridade. Se a pessoa tem atendimento básico perto de casa deixa de ir às UPAs, isso alivia o fluxo e deixa a UPA a sua real finalidade pronto atendimento. Contratando médicos por PJ vou pagar mais e zerar as filas com mutirões. Em paralelo, vamos fazer uma grande campanha de conscientização e atualização de vacinação infantil. Proteger as nossas crianças é prioridade!
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Rubens Bomtempo (PSB): Com o apoio do Governo Federal, conquistamos recursos para construir uma policlínica, o Complexo de Saúde do Alto da Serra e uma UBS para Roseiral e Jardim Salvador. Vamos modernizar os postos de saúde e difundir o padrão do Alcides Carneiro para toda a rede. Vamos seguir o trabalho já em andamento: em dois anos e meio, fizemos 4 UBSs inclusive a do Vicenzo Rivetti, que virou cocheira de cavalo em 2021, foi tirada do esqueleto pelo atual governo e concluída e uma nova USF.

Yuri (Psol): Investiremos na promoção da saúde, garantindo equipes completas na Estratégia de Saúde da Família, postos e UBS, equipando as unidades e valorizando os profissionais. Incluiremos atividades físicas, orientação nutricional, fisioterapia, fonoaudiologia, saúde mental, etc. Ampliaremos as campanhas por vacinação e daremos condições de trabalho para as agentes de saúde e combate às endemias!

4. Como fará para reduzir filas e tempo de espera por cirurgias eletivas, exames e consultas com especialistas?

Hingo Hammes (PP): 
Para reduzir as filas, vamos organizar mutirões em horários alternativos para agilizar consultas, pedidos de exames e cirurgias. Também firmaremos parcerias com a rede conveniada para ampliar a oferta dos serviços. Além disso, realizaremos concursos públicos para aumentar o número de profissionais de saúde e melhorar o atendimento. Simultaneamente, vamos otimizar o sistema de agendamento online, facilitando o acesso aos serviços e diminuindo o tempo de espera.

Dr. Santoro (Novo): Nos seis primeiros seis meses de nossa gestão, vamos implementar o "corujão" da saúde, contratando hospitais e clínicas privadas para realizar exames durante a noite, reduzindo o fluxo diurno e zerando a fila de espera em 180 dias. Também pretendemos a criação de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), focando na medicina preventiva. É prevista ainda a modernização da gestão, incluindo modalidades como a telemedicina e atendimento domiciliar para pacientes com capacidade limitada.

Eduardo Blog (Republicanos): Vou ampliar o teto dos convênios para fazer andar a fila de exames. Contratando médicos por PJ vou pagar mais aproximando a Prefeitura de valores de mercados que impedem a saúde de ter mais especialistas hoje. Vamos iniciar o programa de mutirões para zerar as filas da saúde e voltar a saúde a normalidade distante antes de 20 anos de governos incompetentes.


Rubens Bomtempo (PSB): A reabertura da Casa Providência, que será uma extensão do Hospital Alcides Carneiro, vai permitir mais atendimentos para consultas, exames e cirurgias. Com isso, vamos desafogar a unidade de Corrêas, ampliando o seu Centro Cirúrgico. Também vamos atuar em outras frentes, implantando a Unidade Móvel do Hospital Alcides Carneiro, que terá exames e consultas de especialidades para os bairros, mais perto de onde as pessoas vivem.

Yuri (Psol): Iniciaremos o governo com mutirões de saúde. Criando o terceiro turno nas unidades públicas e fazendo parcerias com clínicas e hospitais particulares. Criaremos o Super Centro de Saúde, como o da cidade do Rio, financiado 60% pelo Governo Federal, e que reduz o tempo de espera para especialidades, sejam consultas, exames, procedimentos e cirurgias!

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Petrópolis celebra Dia Mundial do Turismo com novo fôlego para o setor


Com uma projeção de retomada global do turismo que pode chegar a 95% dos níveis pré-pandemia até o final de 2024 segundo a Organização Mundial do Turismo, Petrópolis vem acompanhando esse ritmo e pretende confirmar a previsão do Ministério do Turismo como o terceiro destino nacional mais procurado em 2024, atrás apenas de Olímpia (SP) e Foz do Iguaçu (PR). A cidade recebe, anualmente, cerca de dois milhões de visitantes e é reconhecida pelo Ministério do Turismo com a classificação máxima de categoria A. Nesta sexta (27), Dia Mundial do Turismo, o Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PC&VB) celebra os avanços conquistados no setor, impulsionados por grandes eventos e investimentos na preservação do patrimônio histórico, ao mesmo tempo em que pontua os desafios que ainda limitam o pleno potencial da cidade como destino turístico de excelência.


Samir el Ghaoui, presidente do PC&VB, destaca que o volume de eventos realizados por empresas privadas na cidade, como o Rock the Mountain, Oktoberfest Petrópolis e o Festival do Chocolate, reflete a confiança do setor no turismo local, responsável por uma importante fatia da economia regional. Contudo, questões de infraestrutura, como o acesso pela BR-040 e a necessidade de mais espaços para convenções de maior porte e festas com público acentuado, como as formaturas, ainda demandam atenção para consolidar Petrópolis no cenário nacional e internacional.


Os pontos turísticos históricos seguem com relevância para a atração de turistas e o uso deles em eventos e atrações culturais tornam ainda mais exponencial o setor na cidade. O Palácio de Cristal é palco de festas e atividades de qualidade; o Palácio Quitandinha, hoje Centro Cultural Sesc, é um dos ambientes de maior efervescência da cultura; o Museu Imperial abraça a cada dia mais programações interativas e espaços como a Casa Stefan Zweig e a Casa Petrópolis estão cada vez mais frequentados, com programações relevantes. Outros espaços, como o Museu de Cera, o Museu do Brinquedo e o Museu de Porcelana, enriquecem a oferta cultural e turística da cidade, ampliando o leque de opções para os diferentes perfis de público.



Petrópolis também tem investido em roteiros variados, que vão desde o turismo rural, com passeios por fazendas e sítios históricos, até o roteiro cervejeiro, um dos mais procurados pelos visitantes. “A diversidade de roteiros é um diferencial competitivo. Temos desde os amantes de natureza, até os que buscam experiências culturais e gastronômicas. Isso amplia nosso apelo turístico e atrai diferentes perfis de público", explica o presidente do PC&VB.


No entanto, o setor ainda enfrenta desafios importantes, especialmente em relação à infraestrutura e à mobilidade urbana. O acesso pela BR-040, principal rodovia que liga o Rio de Janeiro à cidade, é considerado um gargalo, assim como a mobilidade em Itaipava, um dos distritos que mais recebe visitantes e é acesso aos demais. “A cidade requer mais cuidados com os equipamentos urbanos e serviços essenciais básicos, como coleta de lixo, pintura e ordenamento”, pontua o presidente do PC&VB.


Outra questão importante para o avanço do setor é a digitalização dos serviços turísticos. A presença digital das atrações e a facilidade em acessar informações e fazer reservas online são demandas cada vez mais presentes entre os visitantes. Além disso, Samir el Ghaoui aponta a necessidade de ampliar os espaços para convenções e eventos de grande porte, visto que Petrópolis tem se tornado um destino atraente para o turismo corporativo. “Precisamos de mais investimentos em novos projetos que possam fortalecer a atratividade turística da cidade, sobretudo na área de eventos e congressos, com o objetivo de prospectar mais eventos corporativos para ter uma taxa de ocupação alta ao longo da semana. O turismo de negócios também é um caminho promissor para o desenvolvimento sustentável do setor”, conclui.


O Turismo na cidade hoje representa oito mil postos de trabalhos diretos e de prestação de serviços, tem uma rede de 6,5 mil leitos em 118 meios de hospedagem, mas pode crescer ainda mais. “Temos um olhar otimista para o futuro, mas focados nos desafios que queremos superar para garantir que Petrópolis siga se consolidando como um destino turístico de excelência, preservando seu patrimônio, incentivando a realização de grandes eventos e buscando soluções inovadoras para melhorar a experiência de seus visitantes”, completa Samir el Ghaoui.











Fonte: O Dia

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Propostas dos candidatos a prefeito de Petrópolis para mobilidade urbana


No próximo dia seis de outubro, os moradores de Petrópolis vão às urnas para votar e definir quem será o prefeito entre o início de 2025 e o fim de 2028. Dr. Santoro (Novo), Eduardo Blog (Republicanos), Hingo Hammes (PP), Rubens Bomtempo (PSB) e Yuri (Psol) são os nomes que concorrem nesta eleição. Para contribuir com o voto consciente, o Diário buscou ouvir propostas dos candidatos sobre um tema que impacta diretamente toda a população: mobilidade urbana e trânsito.

A cidade deve chegar, ainda até o fim do ano, à marca de 200 mil veículos registrados. Em julho, de acordo com o Detran.RJ, já eram 198,2 mil, somando todos os tipos (automóveis, moto, ônibus, caminhão, trator, entre outros). Em vários pontos da cidade, como na Rua Cel. Veiga, na entrada do Carangola e em Itaipava, há retenções em horários de pico pela manhã e no fim da tarde, que fazem os motoristas perderem tempo de viagem para o trabalho, estudo ou outros compromissos.


No transporte público, reclamações sobre quebra de ônibus, perda de viagens e atrasos são constantes, além dos problemas causados com o incêndio na garagem da Petro Ita e da Cascatinha, duas empresas com processo conturbado de licitação - que ainda não avançou.

Outro problema frequente é o estacionamento irregular. O Anuário Estatístico do Detran.RJ divulgado em 2022 mostra que 40,7% das multas aplicadas no município (13,8 mil, no total) eram por "estacionar em desacordo com a regulamentação". Entre os cinco maiores tipos de infrações cometidas na cidade ainda apareceram "estacionar no passeio público" e "estacionar em local/horário proibidos".

Além disso, pensar em mobilidade urbana envolve analisar o tempo e a distância que serão necessários para chegar ao trabalho, escola ou voltar para casa, ou para conseguir algum tipo de atendimento ou produto. Outro cuidado é sobre localização de cada serviço, já que concentrar muitos estabelecimentos de uma mesma atividade pode forçar o deslocamento de uma grande massa populacional para o mesmo lugar, ao mesmo tempo.

Diante desse cenário, os candidatos foram perguntados sobre o que fazer para melhorar o trânsito em diversas regiões da cidade, o transporte público, a fiscalização e os planos para descentralizar serviços e permitir o deslocamento não motorizado.

As perguntas foram enviadas pelo Diário aos candidatos na segunda-feira (23/09) e as respostas serão apresentadas com candidatos organizados em ordem alfabética, de acordo com o nome que vai aparecer na urna eletrônica.


1. Como vai enfrentar os problemas de trânsito em locais como o corredor Centro-Quitandinha, pela Rua Coronel Veiga; a Rua Hermogênio Silva, entre o Retiro e o acesso ao Carangola; e a Estrada União e Indústria, nos trechos de Corrêas, Bonsucesso e Itaipava? Das obras para melhorar o trânsito, quais considera prioritárias?

Dr. Santoro (Novo): Sem dúvidas todas essas obras são prioritárias, não porque existe uma preferência do futuro prefeito por área X ou Y, mas pela real necessidade de ampliar o acesso aos bairros. O mais importante é que todas as análises referentes à duplicação e ao escoamento desse trânsito, vão ser feitas de maneira técnica por um plano de mobilidade, realizado através da licitação da contratação de uma empresa especializada para essa finalidade.

Eduardo Blog (Republicanos): A ligação Bingen-Quitandinha pode desviar até 30% do fluxo de veículos do Centro e ainda vamos implementar o projeto da COPPE UFRJ para mobilidade em Itaipava. Essas serão nossas prioridades. Além disso, temos estudos prontos para a duplicação de pontes, novas vias, criação de rotatórias e a construção de um transbordo de carga pela iniciativa privada (PPP) que vai tirar grandes veículos do Centro e de bairros como Quitandinha, Bingen e Itaipava, que já sofrem muito com congestionamentos.

Hingo Hammes (PP): 
Meu foco será em melhorar a infraestrutura viária e implementar soluções que aumentem a fluidez e segurança no trânsito. Na Coronel Veiga, revisaremos sinalização e acessos, além de reduzir o fluxo de veículos pesados. Na Rua Hermogênio Silva, ampliaremos faixas para facilitar o acesso ao Carangola. Já na Estrada União e Indústria, construiremos rotatórias e um anel viário em Itaipava para redistribuir o tráfego e reduzir engarrafamentos. O projeto dos anéis viários é uma ação prioritária para garantir um trânsito mais fluido.

Rubens Bomtempo (PSB): A partir do estudo da COPPE/UFRJ, vamos fazer um novo acesso a Cascatinha, desafogando a entrada do Carangola. Corrêas terá uma segunda ponte. Em Itaipava, o alargamento da Rua Agante Moço já está em execução. Construiremos uma nova ponte, na altura do Hortomercado, além de duplicar a ponte do Arranha-Céu. Também vamos estudar construção de baias, rotatórias e ampliações de trechos no corredor da zona sul, a partir da General Rondon, com rotatórias, baias e trechos duplicados.

Yuri (Psol): Garantir gestão de tráfego nos picos, com agentes de trânsito e intervenções, e aos fins de semana pela presença de turistas. Estruturar vias alternativas aos corredores. Pactuar obras com o Governo Federal para o Retiro e Carangola, com a criação de rotatórias. Em Itaipava, alterações próximo ao Bramil, na entrada do Hortomercado e na geometria do Trevo de Bonsucesso. Duplicação da Ponte de Bonsucesso e criação de retorno no Buriti. Trabalhar novos acessos e saídas para a BR-040.

2. Em relação ao transporte público, quais as soluções para melhorar o sistema e garantir menos quebras e atrasos e mais qualidade dos veículos em circulação na cidade?

Dr. Santoro (Novo): Nós vamos extinguir a CPTrans, um dos maiores gargalos de corrupção na Prefeitura de Petrópolis, substituindo por uma agência petropolitana de mobilidade, ocupada por gestores técnicos. Vamos ter um plano local e com base nele uma licitação referente de todas as linhas de ônibus, renovação de toda a frota, com modicidade de preços, e uma modelagem inteligente que crie tarifas mais baratas. Vamos convidar empresários de diversos meios de transporte para investimento na cidade com inovação tecnológica.

Eduardo Blog (Republicanos): Vamos acabar com a CPTrans e trazer a responsabilidade para o Governo. Nós vamos fiscalizar, quando necessário multar e fazer cumprir os contratos para garantir a manutenção dos veículos, os direitos dos rodoviários, a volta de 100% das linhas e dos cobradores. A Prefeitura vai assumir a sua responsabilidade e iniciar o pagamento das suas dívidas com o sistema. Não é possível pedir correção e não dar o exemplo. Empresa que não prestar um bom serviço e não se adequar perderá a concessão.

Hingo Hammes (PP): 
Proponho como prioridade a modernização das frotas para garantir veículos de melhor qualidade e reduzir quebras e atrasos. Além disso, intensificar a fiscalização das empresas de ônibus, exigindo a manutenção regular para que os veículos em circulação estejam sempre em boas condições. Outras ações importantes são a abertura de novas licitações para substituir empresas que não estejam cumprindo com o serviço adequadamente, a implementação de novas linhas e reestruturação dos terminais rodoviários.
Rubens Bomtempo (PSB): Conquistamos junto ao Governo Federal, por meio do PAC, linha de crédito para trazer 200 novos ônibus, inclusive elétricos. Com isso, vamos retomar as linhas nas comunidades que foram retiradas pelo governo interino. Nos últimos dois anos e meio, fizemos quatro intervenções para resolver a crise no transporte, que começou em 2018 e foi agravada quando o governo interino autorizou a venda de parte da frota. A Petro Ita e a Cascatinha estão proibidas de circular e a licitação está em andamento.

Yuri (Psol): Tomar o controle do sistema de transporte público, garantindo ônibus com segurança e manutenção, horários respeitados e trajetos combinados com a população. Trazer de volta os cobradores, garantir os salários, os direitos e os empregos dos rodoviários. Reformar os terminais e ampliar o bilhete único. Criar um Fundo Municipal de Transporte Pública para a implementação gradual da Tarifa Zero.

3. Sobre fiscalização de trânsito, como será o trabalho para coibir estacionamento irregular? Como será a gestão do serviço de reboque?

Dr. Santoro (Novo): Não será feita em hipótese alguma pela Guarda Municipal. Teremos agentes específicos para essa finalidade e o apoio logístico da Polícia Militar, já que o papel da Guarda será o combate à criminalidade. Além disso, vamos realizar uma licitação ampla e transparente para a contratação de profissionais com essa finalidade, porque não dá mais para aceitar o direcionamento licitatório que virou regra na cidade. O foco é garantir uma gestão eficiente, combatendo o estacionamento irregular de forma justa e eficaz.

Eduardo Blog (Republicanos): Vamos intensificar as fiscalizações investindo em profissionais e equipamentos. Precisamos garantir a mobilidade não apenas no Centro e nos distritos, mas também nos bairros onde o transporte público, coleta de lixo entre outros serviços são prejudicados. A gestão do serviço de reboque será pensada dentro da legalidade e do bom senso.

Hingo Hammes (PP): 
A fiscalização do trânsito será intensificada com mais agentes da Guarda Civil nas ruas e o reforço do Centro Integrado de Monitoramento (CIMOP), que já usa câmeras para identificar infrações em tempo real. Expandiremos o sistema para combater irregularidades de forma mais eficiente. O serviço de reboque terá regras claras e será transparente, garantindo que os veículos sejam recuperados rapidamente e sem burocracia. Nosso foco é melhorar o trânsito e agilizar a mobilidade para os petropolitanos.

Rubens Bomtempo (PSB): Com o concurso público feito pela atual gestão após 18 anos já estamos convocando novos agentes de trânsito, que estão reforçando as equipes nas ruas. Esse ordenamento será intensificado nos centros dos bairros. Vamos intensificar o trabalho já iniciado de utilizar as câmeras do Cimop para fiscalizar o estacionamento irregular, garantindo ordenamento para o trânsito. Com relação ao reboque, o serviço está licitado e em funcionamento.

Yuri (Psol): Fiscalização ativa, garantindo a mobilidade, sem carros nas calçadas e com estacionamento rotativo justo. Acabar com os parquímetros e tirar a Sinal Park, o Município vai gerir o estacionamento rotativo, favorecendo o comércio e sem indústria da multa. O mesmo vale para o reboque, pois iremos investir em educação para o trânsito, abordando de forma informativa, até que seja necessário qualquer remoção, pela garantia da mobilidade.

4. Quanto à mobilidade urbana, qual o plano para evitar concentração de pessoas, serviços e veículos em poucas regiões da cidade? Há planos para ampliar outras formas de deslocamento não motorizados, como o uso de bicicletas e o deslocamento a pé?

Dr. Santoro (Novo): A nossa prioridade será sempre o transporte coletivo, e não meios de transporte individuais como a bicicleta. O mais importante é que o planejamento urbano continuará a ser pensado de maneira descentralizada, fortalecendo os bairros para que eles criem seus próprios serviços e desenvolvam autonomia. Caso seja viável desenvolver algum plano como ciclovias e projetos de corredores específicos, podem ser estudados e dependendo da viabilidade, até sejam implementados.

Eduardo Blog (Republicanos): Ao melhorar a mobilidade, vias, estacionamentos irregulares nos bairros, além de valorização haverá investimentos. Se existe serviço bancário em um bairro, milhares de pessoas deixam de vir ao Centro. Outra medida é levar serviços da Prefeitura até os bairros regularmente. Investir em transporte alternativo é zelar pela saúde da nossa gente e pelo meio ambiente, mas não existe milagre para ampliar vias em áreas completamente urbanizadas. A construção de ciclovias e faixas e o incentivo à instalação de bicicletários será política pública do nosso governo no entanto, deixo claro que não abriremos mão da segurança das pessoas.

Hingo Hammes (PP): 
Um dos maiores desafios da mobilidade urbana é a concentração de atividades em áreas específicas da cidade. Vamos incentivar a descentralização, criando polos de desenvolvimento em regiões como Itaipava, Bonsucesso e Corrêas, para reduzir deslocamentos longos e aliviar o trânsito. Também vamos incentivar o uso de bicicletas com a criação de ciclovias seguras. Já o deslocamento a pé será facilitado com a ampliação e a melhoria das calçadas.

Rubens Bomtempo (PSB): Em 2004, iniciamos a descentralização e transformamos regiões basicamente residenciais, como Itamarati e Corrêas, em polos comerciais. O transporte alternativo merece atenção do nosso Plano de Governo pela importância de novas formas de deslocamento em curtas distâncias. Teremos sistema de locação de bicicletas em pontos estratégicos, como terminais, além de ampliar a malha cicloviária - incluindo a construção de um parque linear com ciclovia às margens da Barão do Rio Branco.

Yuri (Psol): Descentralizar os serviços e fortalecer os bairros. Isso vai melhorar a mobilidade urbana, diminuir os gargalos no trânsito e dar mais autonomia aos distritos. Tirar do papel o plano cicloviário, implementando ciclovias e parcerias por estações de bicicletas para uso comum. Fundamental também garantir a zeladoria das calçadas e faixas de pedestres. A cidade precisa ser acessível para todos, incluindo PCDs, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.




Pessoas em situação de rua desafiam candidaturas nas eleições municipais


Diego Augusto vive há cinco anos em situação de rua no centro do Rio de Janeiro. Nesse tempo, passou por todos os equipamentos de acolhimento municipais e estaduais. A avaliação que faz deles é negativa: albergues infestados por percevejos, educadores sociais que chama de “opressores sociais” e estrutura ineficiente para o trabalho com saúde mental.


Enquanto sobram problemas, falta paciência para ouvir promessas vazias das autoridades. Chega a época de eleições, os futuros prefeitos, os futuros vereadores, os futuros candidatos aparecem. Querem mostrar que estão fazendo algo. Mas, tudo isso não passa de hipocrisia. Eu incentivo as pessoas a lutar e a se manifestar, a mostrar na mídia a indignação pelos direitos violados”, diz Diego.


As eleições municipais de 2024 são um dos caminhos para a população brasileira se manifestar em defesa daqueles, como Diego, que não têm moradia e vivem em situação precária nas ruas do país. Estruturas de acolhimento e de assistência social são de competência das prefeituras. Cabe aos eleitores, portanto, estarem atentos aos planos de governo dos candidatos e os pressionarem a incluir o tema em suas discussões.

“Pessoas em situação de rua têm voz própria. Eles têm fóruns de defesa dos seus direitos e representações como sujeitos coletivos em vários movimentos sociais. Importante lembrar que eles também votam, embora não a totalidade. Então, têm uma organização política, mas não podem lutar sozinhos. É importante que a gente também fortaleça essa luta, ampliando, dando voz e visibilidade às necessidades dessa população”, defende Ana Paula Mauriel, assistente social e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).


Números do problema

Depois de muita luta dos movimentos sociais, a Política Nacional para a População em Situação de Rua foi instituída pelo Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Havia a previsão de assistência social, saúde, moradia, entre outras ações. Mas a resposta dos municípios foi muito baixa. Em 2023, apenas 18 cidades haviam aderido à política em um universo de 5.570 municípios no país.

Em dezembro de 2023, o governo federal lançou o “Plano Ruas Visíveis – Pelo direito ao futuro da população em situação de rua”, com investimento inicial de R$ 982 milhões. Uma espécie de atualização do plano de 2009, baseados em sete eixos: assistência social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados. Até o momento, apenas o Rio de Janeiro e Belo Horizonte aderiram ao plano.


“O padrão de atuação com a população em situação de rua é um recolhimento pela violência ou pelo encarceramento via saúde mental. Sempre se priorizou uma política de higienização. E isso vem aumentando desde a pandemia nos grandes centros urbanos. A ideia de recolhimento compulsório das pessoas e a retirada dos pertences delas”, analisa a professora Ana Paula Mauriel.

Uma dificuldade importante para pensar políticas públicas voltadas a essa população é a falta de informações atualizadas. A única pesquisa nacional é de 2008, o 1º Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua, que identificou quase 32 mil pessoas acima de 18 anos em 71 cidades. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou relatório em 2023 que aponta a existência de 236.400 pessoas nessa situação. Os dados se baseiam no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais.

A população em situação de rua se concentra nos grandes centros urbanos. Cerca de 90% dela vivem em dez cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte Salvador, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Florianópolis. A cidade de São Paulo sozinha tem 41%.

Alguns municípios fazem levantamentos próprios, mas também têm problemas de atualização. Um exemplo é São Paulo, que aplicou o último censo em 2021. Nele constavam 31.884 pessoas. O Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, do Polo de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usou dados do CadÚnico que mostram 64.818 pessoas nessa condição em 2023. Os pesquisadores dizem que a gestão municipal paulista teve a pior taxa de atualização do cadastro, quando comparada à de outras capitais.



Competências municipais

Além de um mapeamento atualizado das pessoas que estão em situação de rua, o eleitor pode ficar atento para a estrutura assistencial e de saúde especializada que o município oferece: se existem unidades suficientes, se elas estão em boas condições de funcionamento e se oferecem atendimento adequado aos usuários.

Um dos serviços municipais exclusivos para essa população é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Ele tem a função de escuta, acolhimento, orientação, encaminhamento e articulação da rede socioassistencial.

Há também o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Ele deve promover o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de alimentação e de emissão de documentação civil. Também proporciona endereço institucional como referência para o usuário.

Existem ainda os serviços de acolhimento, que são os abrigos, casas de passagem e repúblicas. Um dos principais problemas, nesses casos, é o número insuficiente de vagas. O município do Rio de Janeiro é um exemplo disso. Em 2022, havia 7.865 pessoas em situação de rua e o número de vagas de acolhimento era de 2.200. Ou seja, o déficit era de 5.665 vagas.

No que se refere aos serviços de saúde, além do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), a população em situação de rua conta com um serviço específico: o Consultório na Rua. Um programa com diferentes profissionais que fazem atendimento fixo ou móvel. São oferecidos cuidados básicos, como curativos, remédios, orientações de cuidado e encaminhamentos para unidades de saúde. Em 2023, o Consultório na Rua estava presente em 138 municípios.

“Os candidatos devem estar atentos aos serviços especializados de abordagem social e de saúde. Não é a polícia batendo, recolhendo pertences e jogando em qualquer outro canto. É uma abordagem com equipe capacitada que chega junto à população de rua, que vai conversar e acolher. Tem psicólogos, assistentes sociais. Não se trata de uma questão de segurança pública, mas de assistência social”, diz Ana Paula Mauriel.

Para quem está em condição extrema há tanto tempo, é difícil acreditar que os poderes municipais por si só tenham interesse em transformar a realidade dos que vivem nas ruas. Por isso, Diego Augusto entende que um futuro melhor, com a garantia de todos os direitos, depende do envolvimento de toda a sociedade.

“Eu não vejo mais esperança nas autoridades municipais de tentar solucionar ou evoluir as condições das pessoas em situação de rua, de jeito nenhum. A sociedade civil sim. Quando a sociedade civil se organizar para manifestar e lutar pelos seus direitos violados, aí, sim, os direitos virão para as nossas vidas”, disse Diego.




Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Petrópolis é a cidade mais segura do RJ pelo segundo ano consecutivo


Os dados do Anuário 2024 de Cidades Mais Seguras do Brasil da MySide revelam que Petrópolis tem o menor índice de assassinatos dentre os municípios fluminenses com mais de 100 mil habitantes.

Petrópolis é a mais segura do Rio de Janeiro dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes pelo segundo ano consecutivo. Os dados são do Anuário Cidades mais Seguras do Brasil, iniciativa da MySide que compila os dados do Ministério da Saúde e do IBGE.


A taxa registrada este ano em Petrópolis é de 12,4 homicídios a cada 100 mil habitantes. Japeri (RJ), última colocada no ranking geral de segurança, possui taxa de violência 15 vezes maior que Petrópolis.



A taxa registrada este ano em Petrópolis é de 12,4 homicídios a cada 100 mil habitantes. Japeri (RJ), última colocada no ranking geral de segurança, possui taxa de violência 15 vezes maior que Petrópolis.

Petrópolis lidera o ranking dos municípios do Rio de Janeiro, seguida de Nova Friburgo com 18,5 e Teresópolis com 22,7 .Confira o ranking completo das cidades mais seguras do Rio de Janeiro.

Em 2023, Petrópolis liderou o ranking de mais seguras com 10,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes.




domingo, 22 de setembro de 2024

Candidatos a prefeito falam das propostas para a economia de Petrópolis


Faltam duas semanas para o primeiro turno das eleições municipais que vão definir o prefeito que vai comandar a cidade entre 1º de janeiro de 2025 e 31 de dezembro de 2028. Em Petrópolis, cinco nomes estão na corrida: Eduardo Blog, que disputa o cargo pelo Republicanos, Hingo Hammes, candidato do PP, Rubens Bomtempo, buscando a reeleição pelo PSB, e Yuri, lançado pelo Psol. Nesta edição, o Diário traz algumas das propostas que os postulantes ao cargo apresentam para um dos temas mais importantes para os eleitores: a economia.

O PIB (Produto Interno Bruto), soma de todos os bens e serviços, de Petrópolis era de R$ 13,6 bilhões em 2019, o nono maior do estado e entre os 100 primeiros do país, de acordo com o IBGE. Um dos principais setores é o turismo, que tinha participação de 6% na economia da cidade.



Neste ano, o mercado formal de trabalho (empregos com carteira assinada) abriu mais 1,2 mil vagas até julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, com destaque a área de "serviços" e "indústria", enquanto o "comércio" tem saldo negativo. O Mapa de Empresas, que traz dados reunidos pelo Governo Federal, aponta que 585 empresas foram abertas e 372 extintas até agosto, mas quase todas são de pequeno porte, microempresas ou MEI.

Um dos desafios da prefeitura a partir do ano será a devolução do valor recebido a mais de ICMS ao longo deste ano, valor calculado em R$ 98,5 milhões e que serão feitos a cada repasse semanal feito pelo Governo do Estado.

Essa é uma parte do cenário econômico que o prefeito eleito vai encontrar quando assumir o mandato. E o desafio será ampliar as receitas do município, facilitar o ambiente de negócios na cidade, propiciar geração de empregos e renda e alavancar setores como o turismo, comércio e a indústria na cidade.

Diante disso, confira o que cada candidato apresenta como propostas dentro dessas questões. As perguntas foram enviadas pelo Diário aos candidatos na quarta-feira (18/09) e as respostas serão apresentadas com candidatos organizados em ordem alfabética, de acordo com o nome que vai aparecer na urna eletrônica.




1. Quais são as suas propostas para alavancar a economia da cidade, em especial quanto à geração de empregos e melhoria da receita municipal?

Hingo Hammes (PP):
Vamos impulsionar a economia de Petrópolis criando áreas industriais e oferecendo incentivos fiscais para atrair novas empresas e fortalecer as que já estão aqui. O turismo será revitalizado com a retomada do calendário contínuo de eventos, e o comércio local terá todo nosso apoio. Também vamos investir em tecnologia e inovação para gerar empregos qualificados e aumentar a receita do município, sem aumentar impostos. A modernização da gestão pública será essencial para garantir uma economia mais forte e sustentável.

Eduardo Blog (Republicanos): Vamos reurbanizar a Rua Teresa e investir pesado em novos eventos e festas do nosso calendário. No turismo faremos dois meses de Natal Imperial, a volta da Exposição Agropecuária, Festival Gospel, Marcha para Jesus entre outros... Vou criar a nova Lei de Incentivos Fiscais para atrair empresas e arrumar a Prefeitura cortando 50% dos cargos comissionados, enxugando contratos e aditivos. Com pulso firme vamos recuperar a economia e salvar a Prefeitura do caos.

Rubens Bomtempo (PSB): Petrópolis sofreu cinco anos de estagnação e, 45 dias após assumirmos, em 2022, enfrentamos a maior tragédia da história. Em apenas dois anos e meio, fizemos mais de 200 grandes obras e o número de empregos formais é o maior da história. Vamos continuar lutando pelos recursos aos quais Petrópolis tem direito, apoiar incubadoras e startups, implantar a moeda social, retomar o microcrédito, além da Lei de Conteúdo Local, priorizando compras no município.

Yuri (Psol): Criaremos um Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico, fortalecendo as vocações: moda, cerveja, cultura, eventos, turismo, conhecimento e tecnologia. Formaremos mão de obra, transformando a Fábrica D. Isabel numa Escola Técnica e Tecnológica, por meio de parcerias com universidades e setor produtivo. Ambiente favorável para a indústria compatível, melhorando a infraestrutura, mobilidade urbana e conectividade.

2. Quais os projetos para três áreas do comércio que merecem especial atenção: Centro Histórico, Rua Teresa e Bingen? Que medidas são possíveis para devolver a esse setor o vigor que teve ao longo de muitas décadas?

Hingo Hammes (PP):

 O Centro Histórico passará por um amplo processo de revitalização, com investimentos na melhoria da infraestrutura turística e na restauração de espaços culturais, tornando a área ainda mais atrativa para visitantes. Na Rua Teresa, vamos fortalecer o polo de moda por meio de incentivos ao comércio e à modernização dos estabelecimentos. No Bingen, o foco será no desenvolvimento da infraestrutura viária e logística, criando um ambiente mais favorável para novos empreendimentos e ampliando as oportunidades de negócios.

Eduardo Blog (Republicanos): Reurbanizar a Rua Teresa com Polo de Moda/ Polo Gastronômico/ Polo Cervejeiro/ Polo Cultural, investir no Polo de Moda do Bingen e realizar eventos com uma programação que possa atrair e manter o turista na cidade. Vamos fazer o dinheiro voltar a circular e Petrópolis terá o destaque que Miguel Pereira conseguiu por competência do governo. Nos eventos vamos prestigiar empresas locais com stands. Geração de emprego e renda é nossa principal bandeira.

Rubens Bomtempo (PSB): O comércio de rua foi afetado pelo e-commerce, pandemia e a tragédia de 2022. Na Rua Teresa, vamos incentivar a ocupação das lojas vazias e transformar o polo de modas em um shopping a céu aberto, sem prejudicar o que já existe. Investir no setor de serviços é o caminho para o polo de modas do Bingen. No Centro, vamos fortalecer ainda mais iniciativas como a Deguste e a Feira da 16 de Março, que atraem público e deixam a região central cheia de vida.

Yuri (Psol): Vamos enfrentar os principais gargalos que atrapalham nosso desenvolvimento: Concer e Sinal Park. Nosso comércio sofreu com as tragédias e o abandono, por isso, aprovei a Lei n°10.349/2024, que estendeu a carência dos empréstimos dos empresários com a AgeRio. Teremos um plano de recuperação econômica, investimento em infraestrutura na Rua Teresa e demais polos de moda e gastronômicos, em festivais e eventos. Publicidades nos aeroportos, rodoviárias, rodovias, TV e internet.

3. O que fazer para atrair investimentos industriais e que tipo de indústria o senhor pensa ser possível instalar em Petrópolis?


Hingo Hammes (PP): 
Nossa prioridade será atrair indústrias de tecnologia, inovação e turismo, com incentivos fiscais e melhorias na infraestrutura logística. A ideia é aproveitar a localização estratégica de Petrópolis entre Rio e Minas para desenvolver um polo industrial de produtos de alto valor agregado. Vamos investir em tecnologia, gerar empregos qualificados e promover o desenvolvimento sustentável, tornando a cidade mais competitiva.
Eduardo Blog (Republicanos): A nova Lei de Incentivos Fiscais vai atrair grandes empresas para a BR-040 e para a Posse. Investindo em mobilidade e infraestrutura vamos atrair empresas do setor cervejeiro, moda, turismo, tecnologia, alimentação, comércio entre outras... Vamos investir em qualificação profissional voltada diretamente para atender a demanda local e, só assim, vamos encontrar o caminho que Três Rios trilhou. Gerar emprego e renda é a salvação de Petrópolis.

Rubens Bomtempo (PSB): Petrópolis tem um bom ambiente de negócios, com a Lei de Incentivos Fiscais e uma série de medidas de desburocratização em andamento, como a implantação do Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Vamos apostar na inovação, incentivando a indústria de energia limpa, investindo no nosso Serratec com o objetivo de transformar a cidade em vanguarda na pesquisa e desenvolvimento da inteligência artificial e automação, com centro de excelência.

Yuri (Psol): Vamos melhorar a infraestrutura, conectividade e mobilidade urbana que hoje dificultam o desenvolvimento industrial de Petrópolis. Além disso, a Escola Técnica e Tecnológica que vamos criar na antiga Fábrica Dona Isabel será um atrativo para as indústrias compatíveis através da qualificação da nossa mão de obra. Tecnologia, cerveja, polo moveleiro e setor têxtil são exemplos de vocações de Petrópolis que podemos fomentar e ampliar as operações.

4. O que é possível fazer para revigorar o turismo na cidade?

Hingo Hammes (PP): 

Para revigorar o turismo em Petrópolis, é essencial revitalizar os espaços históricos e modernizar a infraestrutura turística. Além disso, diversificar o calendário de eventos com iniciativas de ecoturismo, turismo religioso, esportivo, gastronômico e histórico pode maximizar o potencial da cidade. Parcerias com a iniciativa privada também serão fundamentais para qualificar a mão de obra local, melhorando os serviços e a experiência dos visitantes.

Eduardo Blog (Republicanos): Um calendário de eventos fixo que aumente o ticket médio do turista. Ao reurbanizar a Rua Teresa vamos criar um novo e maravilhoso ponto turístico onde vamos vender a experiência. O Natal Imperial por dois meses, a volta da Exposição Agropecuária, Festival Gospel, Marcha para Jesus entre outros grandes eventos serão um diferencial. Vamos colocar Petrópolis no Mapa do Turismo Religioso e nosso município voltará a ter destaque no turismo nacional.

Rubens Bomtempo (PSB): Se em gestões anteriores o Natal Imperial foi alvo de denúncia por superfaturamento e símbolos da cidade ficaram largados, como o Palácio de Cristal e a Praça da Águia, hoje a história é outra. Agora a cidade está sempre cheia e Petrópolis voltou a ter um calendário de eventos. A maior Bauernfest da história aconteceu em 2024. Trouxemos a maior feira literária do Brasil, a Flipetrópolis; e a maior feira de negócios do interior, o Petrópolis Business.

Yuri (Psol): Vamos melhorar o acolhimento aos turistas e divulgar Petrópolis. Colocaremos Wi-Fi gratuito em pontos de entrada, turísticos e praças da cidade. Reestruturar os Centros de Informações Turísticas em parceria com os guias. Fomentar o turismo rural, ecoturismo e turismo religioso. Teremos um grande calendário cultural, eventos de negócios e outras vocações. Além de investir em infraestrutura, nos polos de moda, gastronômicos, festivais, eventos e no centro histórico e pontos já visitados.








Fonte: Diário de Petrópolis

Feirinha de Itaipava completa 31 anos nesta segunda-feira


Nesta segunda-feira, 23, a Feirinha de Itaipava celebrará 31 anos de tradição e sucesso, consolidando-se como um dos principais polos de moda e turismo da região. Com uma média de cinco mil visitantes diários, o espaço se tornou um ponto de encontro indispensável para moradores e turistas em busca de moda e produtos variados.


Desde sua transferência para o atual endereço em 1993, a Feirinha tem sido fundamental para a economia local, gerando aproximadamente cinco mil empregos diretos e indiretos. O administrador Sergio G-tão destaca: "Celebrar 31 anos é um motivo de grande orgulho. A Feirinha é mais do que um espaço de compras; é um lugar onde famílias se sustentam e a cultura local é promovida."

Com 390 lojas oferecendo uma ampla gama de produtos, desde vestuário a itens de decoração, a Feirinha atrai visitantes de diversas localidades. O funcionamento ocorre aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, com todas as lojas abertas. Já durante a semana, das 10h às 18h, com algumas lojas abertas. Para mais informações sobre o funcionamento de cada estabelecimento do polo de moda, é possível consultar o site oficial (www.feirinha itaipava.com ).


Sorteio de vales-compras

Para celebrar seu 31º aniversário, a Feirinha de Itaipava irá realizar um sorteio de dois vales-compras, cada um no valor de R$250,00, nesta segunda-feira. Mais detalhes podem ser encontrados no Instagram (@feirinha_itaipava), onde a ação será realizada.







Fonte: Diário de Petrópolis

sábado, 21 de setembro de 2024

Estudo aponta que Campos aparece com maior quantidade de mercúrio no ar devido às queimadas


Campos aparece com a maior concentração de mercúrio em material particulado (PM2.5) no ar, no Estado do Rio de Janeiro, decorrente de queimadas. No caso do município, o problema afeta a área urbana pela queima da cana-de-açúcar, é o que aponta o estudo conduzido pelo Laboratório de Química Atmosférica, do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, financiado pela Faperj. Os outros locais avaliados foram: uma área urbana (Gávea) e área de reserva de proteção (Parque Nacional da Serra dos Órgãos - Parnaso). Os resultados revelaram que 63% das amostras apresentavam concentrações diárias de PM2.5 superiores aos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, podendo causar potenciais problemas à saúde e bem-estar, especialmente no trato respiratório.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que ainda não teve acesso ao estudo. O médico pneumologista, Luiz Carlos Sell, em Campos, comentou sobre o levantamento.


O trabalho, que acaba de ser publicado na revista científica Royal Society of Chemistry, foi resultado de uma coleta durante 2022–2023. A concentração média de mercúrio no PM2.5 foi maior em Campos (169 ± 139 pg m?³), região de cultivo de cana, onde queimadas são uma prática recorrente e pode ser a principal fonte.

Embora PARNASO seja uma área de preservação, as concentrações médias de mercúrio no PM2.5(110 ± 71 pg m?³) foram maiores que na Gávea (81 ± 116 pg m?³). A provável explicação para essa diferença é a proximidade do ponto de amostragem com a rodovia, além do transporte de longa distância.


“A novidade dos nossos resultados está na quantificação das concentrações de mercúrio no material particulado no Rio de Janeiro, na identificação das variações sazonais e nas possíveis fontes de emissão. O Rio de Janeiro, como um dos maiores centros urbanos e industriais do Brasil, apresenta características únicas que tornam a investigação desses níveis de poluição relevante, principalmente devido à combinação de urbanização intensa e atividades industriais na região”, comenta Luis Fernando Mendonça da Silva, doutorando do CTC/PUC-Rio, que desenvolveu o trabalho.


Para o médico pneumologista, Luiz Carlos Sell, em Campos, o trabalho está muito sujeito a críticas do ponto de vista científico, segundo ele, precisando de análise mais criteriosa com metodologia rigorosa pode trazer mais qualidade nas informações. "Aumentar a quantidade das amostras, diversificar os locais da coleta pelo país, comparar resultados com pesquisas semelhantes podem ser uma boa ideia. Que tal medir valores sobre a qualidade do ar e seus principais poluentes danosos à saúde frente às grandes queimadas que assolam o país? Do ponto de vista de danos à via respiratória pelas partículas de Hg não disponho de qualquer informação", completa.

Questionado se tem ciência do estudo, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) respondeu que ainda não teve acesso, portanto, não pode comentar diretamente sobre seus resultados. "A pasta ambiental monitora o material particulado (MP2.5) e outros poluentes atmosféricos por meio de sua rede de monitoramento, que inclui estações automáticas e semiautomáticas espalhadas pelo estado. Esses dados são auditados diariamente e disponibilizados em tempo.

As quatro estações do ano - A variação sazonal também foi recorte de avaliação dos pesquisadores. Os números revelaram que as maiores porcentagens de mercúrio no PM2.5 foram encontradas no outono: em 37%; seguido por 28%, na primavera; 24 % no inverno e 11 % no verão. A diferença entre mercúrio nas amostras foi considerada muito mais significativa na primavera, outono e inverno do que no verão. A hipótese é de que as temperaturas elevadas e maior radiação solar no verão podem facilitar a transformação de gás em partículas.

De acordo com os pesquisadores, estudos complementares devem ser realizados no futuro para entender o ciclo desse poluente no Estado do Rio de Janeiro