sexta-feira, 22 de setembro de 2023

ALERJ lança Frente Parlamentar em defesa dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista


A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi instalada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O evento, realizado no plenário do Parlamento fluminense, marcou o Dia Nacional de Luta da Pessoa Com Deficiência, celebrado nesta quinta-feira (21/09). A coordenadora da frente, deputada Carla Machado (PT), antecipou que pretende buscar uma célere aprovação de projetos que tratam do tema na Casa, além de cobrar a efetiva aplicação das leis já existentes em prol das pessoas com TEA.



“Trata-se de uma causa justa, uma luta permanente por políticas de inclusão, que assegurem os direitos e defendam os interesses da comunidade autista, o que demanda engajamento no âmbito político e social. Estamos abrindo esta Frente em uma data que nasce da necessidade de se conscientizar e sensibilizar as pessoas sobre a importância do desenvolvimento no Estado de meios de inclusão das pessoas com deficiência e que traduz o propósito deste colegiado”, afirmou Carla Machado.

O presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL), não esteve presente no evento, mas deixou uma mensagem de carinho ao grupo e afirmou que continuará empenhado nesta causa e garantiu que seguirá incluindo projetos voltados ao tema nas pautas do plenário. “Para o Parlamento é uma grande oportunidade de conhecer e poder ajudar essa causa que ainda é pouco difundida”, disse Bacellar, cuja mensagem foi lida pelo Procurador da Casa, Robson Maciel, que o representou no evento.


Desafios a serem enfrentados


Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 1% da população tenha o Transtorno do Espectro Autista. Ou seja, só no Brasil são cerca de dois milhões de autistas. No Estado do Rio, a projeção é de 160 mil pessoas vivendo com autismo, uma condição cuja incidência vem aumentando nos últimos anos.

Para aneuropsicopedagoga e autista, Rosa Trindade Ribeiro, o principal desafio para os familiares e autistas ainda é conseguir diagnósticos precoces. De acordo com Rosa, é possível descobrir se uma criança tem TEA com apenas 14 meses de vida, mas ainda falta investimento do Estado e uma política social para que os tratamentos se iniciem rapidamente, sejam mais efetivos e acessíveis a todos.

“Uma pessoa autista apresenta prejuízos como atraso de linguagem verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional; além de dificuldade na capacidade de iniciar ou manter relacionamentos. Mas é preciso entender que cada caso é um caso, nem todo autista tem todas essas questões, e o tratamento precisa ser específico para aquele indivíduo. Precisamos de políticas públicas que preservem essas especificidades de cada paciente”, explicou Rosa Ribeiro.