O governo federal analisa a possibilidade de prestar algum tipo de auxílio às famílias dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada pela administração de Cláudio Castro no Rio de Janeiro.
A ação, que mobilizou forças estaduais e federais e resultou no maior número de mortes em uma operação policial da história do estado, ainda repercute no Planalto e nas pastas de direitos humanos.
Segundo informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, é uma das principais vozes dentro do governo a favor de uma atuação mais direta da União. Ela tem defendido a concessão de apoio formal às famílias das vítimas, seja por meio de assistência social, psicológica ou jurídica.
No entanto, o Palácio do Planalto vê a proposta com cautela. Segundo interlocutores, há receio de que o envolvimento federal no caso gere desgaste político e seja interpretado por parte da opinião pública como uma tentativa de “passar a mão na cabeça” de suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
A avaliação majoritária dentro do governo é de que a operação foi de responsabilidade direta do estado do Rio de Janeiro e, portanto, qualquer medida de reparação ou assistência deveria ser conduzida pela gestão de Cláudio Castro.
Para auxiliares de Lula, uma ação federal nessa frente poderia abrir espaço para ataques políticos, especialmente num momento em que a segurança pública voltou a dominar o debate nacional.
O Planalto teme que o gesto seja explorado por adversários, associando o governo à defesa de pessoas ligadas ao tráfico, mesmo que o foco da política de direitos humanos seja o amparo a familiares em situação de vulnerabilidade.

%20-%20Copia.jpg)
