(Foto: Ralph Braz) |
Parece que o Ministério Público Federal resolveu tirar o sossego das lideranças políticas municipais investigando irregularidades fartamente denunciadas – já faz tempo - pelo jornal Terceira Via. O procurador da República, Eduardo Santos, pôs sua equipe na rua e nos hospitais da cidade.
A constatação não poderia ser outra: péssimas condições de atendimento, médicos que faltam ao trabalho, falta de material, farmácias fechadas e sem medicamentos, total desinformação e desrespeito para com os usuários.
Temos alertado ao procurador Eduardo Santos de que as irregularidades não param por aí: Basta ver a confusão entre o público e o privado estabelecida na instalação de um centro oncológico no Hospital Escola Álvaro Alvim a ser explorado por um grupo privado, o Radgrupo. Mesmo montada com verbas federais – oriundas do SUS – tal unidade terá vocação privada e particular, cobrando consultas, tratamentos e serviços. Importante destacar que os cerca de R$ 6 milhões em verba federal para a construção da unidade e instalação de equipamentos modernos foram conquistados – e alardeados com muita publicidade - pelo então deputado federal Anthony Garotinho.
Hoje secretário municipal de Governo, Garotinho perdeu imunidade parlamentar e o foro privilegiado no final de janeiro. Na semana passada, ele teve de prestar depoimento – como réu - no Fórum de Campos por dano ao erário e improbidade administrativa por irregularidades que são investigadas desde 2008 quando seu secretário de Saúde, Gilson Cantarino, chegou a ser preso durante operação para desarticular uma quadrilha acusada de desviar R$ 60 milhões no período em que Rosinha era governadora do estado.
Depois de comemorar a justa conquista de seu Atlético Mineiro, o procurador terá, certamente, uma semana de muito trabalho. Se puxar o novelo, verá irregularidades não somente na Saúde, embora este segmento possa ser um bom começo.
Fonte: Terceira Via