quarta-feira, 13 de maio de 2015

DECISÃO DE PRISÃO DO DIRETOR DO HFM FOI DA DELEGADA, DIZ MPF

(Foto: Michelle Richa | Folha da Manhã)
“Na verdade o diretor (do Hospital Ferreira Machado, Ricardo Madeira) foi conduzido à delegacia (134ª DP de Campos), mas a delegada (Nathália Patrão) entendeu, e ela tem todo o direito de fazer isso, que não haveria como averiguar responsabilidade dele. Quer dizer, isso foi o entendimento dela na lógica criminal. Por isso ela não o autuou em flagrante. Ele foi conduzido até a delegacia junto com os demais (seis presos, liberados após pagamento de fiança) e lá a delegada, que é quem naquele momento faz esse juízo, entendeu que não haveria como comprovar ali, naquele momento, que ele teria culpa ou mesmo dolo no que aconteceu (armazenamento de medicamentos com data de validade vencida no HFM). Isso não exime ninguém, durante as apurações, daqui a um, dois, três, quatro, cinco, seis meses, que a gente apure que há responsabilidade tanto na perspectiva da improbidade, quanto criminal. Esse foi juízo inicial da delegada, que a gente tem mais é que respeitar”.

Em entrevista gravada pela reportagem da Folha, foi isso que o procurador da República em Campos, Eduardo Oliveira, esclareceu numa coletiva encerrada agora há pouco, sobre a condução do diretor do HFM, Ricardo Madeira, após uma vistoria do MPF ter flagrado remédios com datas de validade vencida no hospital. Em outra entrevista gravada, ainda na noite de ontem, com a delegada Nathália Patrão, ela explicou a sua interpretação e ação sobre o caso:

— Foi lavrado um auto de prisão em flagrante de seis pessoas, que foram as responsáveis por manter o remédio impróprio para consumo armazenado. Então a gente se direcionou pela responsabilidade penal pessoal, não lavrando o auto de flagrante em face do diretor do hospital, que tem diversas funções e delega. Apenas os responsáveis diretos pelo armazenamento desse medicamento impróprio para consumo no armário é que foram conduzidos e presos em flagrante. Todos pagaram fiança e foram liberados. O diretor do hospital vai responder civelmente, administrativamente. Com certeza vai recair uma responsabilidade em cima dele sobre tudo, mas o direito penal é uma responsabilidade pessoal. Não é porque ele é o diretor que iria responder por uma situação dessa, porque ele não tem como fiscalizar 24 horas todos os remédios que existem num hospital daquele porte. Isso é aceitável e razoável.

Ventilada ontem na 134ª DP, a prisão do diretor do hospital chegou a ser publicada momentaneamente no Blog do Bastos e na Folha Online. Todavia, a informação foi suprimida momentos depois, após ser negada pela assessoria do direção do HFM, pelo próprio Ricardo Madeira, além da delegada.

Ricardo Madeira durante a vistoria de ontem do MPF, antes de ser conduzido à 134ª DP (foto de Genilson Pessanha – Folha da Manhã)

Sobre a notícia da sua prisão, ouvido também na noite de ontem por este blog, antes de receber, ao seu lado, leitor, o pedido de desculpas público em noma da Folha (aqui) pela veiculação virtual momentânea da informação incorreta, Ricardo disse:

— A notícia de que fui preso e solto sob fiança é mentira. Após a constatação de remédios com datas de validade vencidas na vistoria do Ministério Público Federal (MPF) no Hospital Ferreira Machado (HFM), eu fui, sim, à 134ª DP, mas de livre e espontânea vontade, na condição de testemunha. Não sou responsável pela compra, pela guarda ou pela distribuição de medicamentos. Não teria, portanto, como ser responsabilizado.






Fonte.Blog Opiniões