(Foto: Silva Rust | TerceiraVia) |
Com quadro de paralisia cerebral, a menina Juliana Faria Mendonça, de oito anos, ainda sofre sem o suporte necessário. A história da criança de Campos ganhou destaque na imprensa da região desde o último dia 14 de junho, por causa da falta de assistência do poder público municipal. No dia seguinte após o caso ser noticiado, o secretário de Saúde e vice-prefeito de Campos, Doutor Chicão, foi à casa da paciente e garantiu que a situação seria priorizada, o que parece não ter acontecido.
Durante a manifestação dos servidores públicos municipais na última quarta-feira (6), a mãe de Juliana, Flávia Faria, foi até à Câmara de Vereadores para pedir novamente ajuda para a filha. A equipe do Terceira Via foi então, mais uma vez, até a casa da família, que afirma não ter recebido os materiais prometidos e necessários.
A cama hospitalar cedida à família estava com algumas partes enferrujadas, um dos pés soltos, e parte da alavanca - usada para suspender o paciente - quebrada, como pode ser visto nas fotos. A família alega ainda que a cama estava suja de sangue, mas que a sujeira já havia sido limpa por medo de riscos para outras crianças que moram na casa.
“Além da cama, recebi doze caixas de leite, um pacote com quatro unidades de fraldas e um remédio que é para convulsões. Ela toma seis vidros deste remédio em um mês, mas eles deram um só. As fraldas acabaram e não consegui mais. Quando entregaram o material, eu não estava em casa, senão não aceitaria a cama nestas condições. Não deixei nem colocarem a cama no quarto dela. Estou na mesma situação de antes, não mudou nada”, lamentou a mãe.
Na época, outra reclamação de Flávia era de que a criança estava sem o transporte para fazer o tratamento em um hospital do Rio de Janeiro. Após seis meses com o acompanhamento interrompido, a mãe contou que a próxima viagem está agendada para o dia 3 de junho.
Lembre o caso:
Sem coordenação motora nos braços e pernas, Juliana vive acamada, não sai de casa e depende de ajuda para todas as atividades. A mãe da criança diz que já abriu dois processos para buscar os medicamentos e tratamento necessários para a filha. Um deles, ainda segundo ela, teria desaparecido da Secretaria Municipal de Saúde de Campos.
A criança fica todo o dia em um colchonete sobre uma cama, enquanto o indicado seria um colchão especial. No quarto, dois ventiladores e um nebulizador auxiliam para o bem estar da menina. As refeições e trocas de fraldas são feitas ali mesmo. Na hora do banho, a mãe desce uma escada estreita com a criança no colo até chegar ao banheiro, onde coloca Juliana em um tipo de ‘esqueleto’ de bebê-conforto. Durante a noite, as convulsões são comuns. Por isso, a mãe divide a cama de casal com Juliana e outra filha de dois anos. O pai e a terceira filha, de seis anos, dormem no quarto ao lado.
Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, em contato com a Prefeitura de Campos sobre as novas reclamações da mãe de Juliana, sem obter respostas. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará as versões para este fato.
Fonte: Terceira Via