(Foto: Ralph Braz) |
Depois de uma determinação da justiça exigindo a demissão de cerca de 450 profissionais contratados da prefeitura de São João da Barra, a saúde e a educação agonizam no município. A situação das áreas, que antes já funcionavam precariamente, ficou ainda mais caótica.
Na saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos e psicólogos deixaram de atender à população para cumprir a ordem judicial. Na educação, a situação também não é muito diferente: várias escolas estão sem aula e as que ainda funcionam estão liberando os alunos antes do horário regular.
A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via esteve na cidade na manhã desta terça-feira (6 de maio) e constatou o estado crítico em que o município se encontra.
De acordo com a dona de casa Elisabete Santos, a Policlínica da cidade está sem uma equipe multidisciplinar de saúde para atender os pacientes. “São João da Barra nunca esteve tão caótica em toda a história. Além dos profissionais da saúde e da educação que eram contratados, o município está sujo porque não há quem faça a limpeza dos banheiros e de outros locais públicos”, afirmou.
A paciente Iranir Godoy Franco disse que espera por uma cirurgia na coluna há mais de dois anos. A possibilidade de internação para o procedimento médico aconteceria justamente na semana em que a cidade vivencia esta situação de carência. “Será que eu vou ser obrigada a esperar mais dois anos? Quando penso que o meu problema seria solucionado, acontece isso”, declarou.
Moradores da cidade denunciaram que a população de locais como Grussaí , Atafona e Barcelos passam pelo mesmo problema.
A secretária de saúde, Denise Esteves, informou que, infelizmente, a prefeitura teve que acatar uma ordem judicial, mas negou que o atendimento na área da saúde tenha sido prejudicado. “Os profissionais que foram demitidos já estão sendo recontratados, e novos funcionários também serão contratados no prazo de seis meses, até a elaboração de um concurso público. Acreditamos que os problemas apontados pelos pacientes sejam solucionados até, no máximo, quinta-feira (8)”, explicou a secretária, ressaltando que irá participar de uma reunião ainda nesta terça-feira, quando pedirá urgência nas contratações dos profissionais, principalmente para as áreas de saúde e educação.
No bairro Carrapicho, em Atafona, a Escola Municipal Amália Soares de Almeida é uma das instituições que precisou adotar medidas drásticas por causa da falta de auxiliares e merendeiras. Desde a última segunda-feira (5), o colégio está liberando as crianças antes do horário normal de saída.
A diretora da instituição não quis dar entrevista, mas confirmou o problema na escola onde ela trabalha e em outros colégios da cidade.
A secretária de Educação, Leide Cristina Soares, também negou que algumas escolas estão com as aulas suspensas e disse que apenas os alunos das creches estão sendo liberados porque não há auxiliares. Leide informou ainda que, a exemplo do que acontece na área da saúde, algumas unidades ficaram prejudicadas, mas o problema será resolvido até o final desta semana.
Fonte: Terceira Via