Familiares cobram da Prefeitura de Campos e da secretaria municipal de Saúde respostas sobre a morte de Mickael de Jesus de Oliveira, de apenas dois anos, nesta quarta-feira (17), no Hospital Ferreira Machado (HFM). De acordo com os pais, o menino tinha Síndrome de Down, era cardiopata, já havia passado por cirurgia cardíaca e foi internado horas após receber quatro vacinas no posto de imunização da Cidade da Criança, na terça. O corpo da criança será sepultado na tarde desta quinta, no distrito de Santo Amaro.
Pai de Mickael, Matheus de Jesus dos Ramos contou à reportagem que o menino estava com a carteira de vacinação atrasada devido à pandemia do novo coronavírus e foi levado à Cidade da Criança após orientação recebida no Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA II).
Ainda segundo o pai, Mickael recebeu vacinas contra Poliomielite, Sarampo, Caxumba Rubéola, Meningite, Tétano, Difteria, Coqueluche e Hepatite B. Porém, ao chegar à casa da família, na Vila Manhães, na Penha, o menino começou a ficar roxo e com o corpo rígido.
Pai de Mickael, Matheus de Jesus dos Ramos
“Minha esposa pegou ele correndo e levou para a cidade da Criança. Eles chamaram o Corpo de Bombeiros e ele foi levado para o Hospital Ferreira Machado. Foi o tempo que eu cheguei do serviço. Lá, me disseram que ele estava estável, mas com a frequência cardíaca muito baixa. Ele ficou na UTIP”, disse.
Matheus afirma que funcionários do hospital entraram em contato com a família pela manhã, solicitando a foto do cartão de vacina. Em um novo contato, por volta das 10h, solicitaram os documentos da criança e dos responsáveis. Ao chegar com a documentação, ele recebeu a notícia da morte de Mickael.
“Meu filho estava saudável, brincava, dançava, fez uma cirurgia que foi um sucesso, vivia normalmente, tomava os medicamentos dele e nunca apresentou alteração nenhuma. Nós queremos uma resposta para a morte do meu filho”, cobra Matheus.
Segundo ele, contudo, a família não foi contatada pela secretaria municipal de Saúde, nem recebeu quaisquer explicações sobre a morte da criança. Matheus afirma que vai levar o caso à Justiça.
Em nota encaminhada ao Jornal Terceira Via, a Prefeitura informa que a “secretaria municipal de Saúde manifesta pesar e solidariedade aos familiares nesse momento de dor”.
No texto a pasta esclarece, também, que “não há contraindicação para a atualização da caderneta de vacina, ou correlação com o quadro pré-existente de cardiopatia, para a administração de duas ou mais vacinas, sendo prática admitida no mesmo dia conforme orientação do Ministério da Saúde. A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde está acompanhando o caso e apurando a fatalidade, seguindo todos os parâmetros técnicos e científicos recomendados”.
Fonte: Terceira Via