segunda-feira, 24 de maio de 2021

Morre, aos 65 anos, o artista plástico campista João de Oliveira

(Foto: Genilson Pessanha)

O artista plástico campista João de Oliveira morreu, aos 65 anos, nesta segunda-feira (24). Ele estava internado na UTI do Hospital Dr. Beda II, onde fazia hemodiálise. Em fevereiro do ano passado, João chegou a abrir seu próprio espaço denominado Petit Galerie, onde expôs quadros que compõem uma retrospectiva de sua obra iniciada no final dos anos 1960. Ao longo desse tempo, já expôs seus trabalhos em várias cidades brasileiras e no exterior (França, Alemanha, Inglaterra e Itália). Sua primeira exposição foi realizada em 1968. João era casado com Cláudia Oliveira e deixa o filho Uno de Oliveira. O velório irá acontecer no Palácio da Cultura.

Arquiteto que sempre se dedicou às artes plásticas, João de Oliveira se tornou artista plástico e programador visual de grande reconhecimento profissional em Campos. Ele ficou conhecido como “João do Índio”, devido ao sucesso de sua exposição de quadros intitulada “Índios”, que retratava toda essência indígena. Levada para várias cidades, entre elas Rio de Janeiro e Brasília, “Índios” ganhou o mundo depois de uma exposição no Hotel Copacabana Palace, na Galeria Place des Arts, levando o campista para uma exposição internacional em Londres, na Marsham Gallery, em 1985.

Em 1980, depois de ter participado de mostras de arte no Rio, foi convidado a fazer sua primeira exposição individual em Campos, no Palácio da Cultura. Nesta época, fazia uma pesquisa minuciosa sobre o índio brasileiro e daí surgiu uma exposição em que ele retratava os índios com toda sua beleza, inocência e espiritualidade. Com o sucesso, realizou, só em Campos, exposições individuais com essa temática nos anos de 80, 81, 83, 84 e 87.

Em 1994, João fez uma exposição na Caixa Econômica intitulada “Espelhos”, onde várias imagens de Campos apareciam refletidas sobre o rio Paraíba. Foi considerada a primeira exposição em Campos com recursos de computador aliados a efeitos de Air-Brush. Realizou, também, várias exposições com outros temas. Em 1996, foi convidado a expor no Free Jazz do Museu de Arte Moderna do Rio. Apaixonado pela música, João de Oliveira desenvolveu 28 quadros sobre o tema.

De lá para cá, muitas obras e exposições em seu currículo, sendo apontado como um dos maiores artistas da cidade, tendo já exposto por duas vezes no Salão de Artes Contemporâneas do Museu do Louvre, em Paris, mais conhecido como “Carrousel du Louvre”.

Amigos lamentam a morte de João de Oliveira

Em nota, a presidente da Fundação Cultural Oswaldo Lima, Auxiliadora Freitas, lembrou da trajetória do artista plásticos, que nasceu em Tócos. “João foi um gênio da nossa arte, sempre nos surpreendendo com tudo aquilo que produzia. Nosso artista realizou, em 2013, uma temporada de exposições em Spoleto, na Itália; no Carrousel du Louvre - Museu du Louvre, em Paris e na Galeria Wesel, na Alemanha. Nossa missão é continuar divulgando e valorizando sua arte, para que as futuras gerações sigam admirando sua arte”, disse.

A pesquisadora e diretora do Museu de Campos, Graziela Escocard, também lamentou a morte. "Perdemos um grande artista plástico campista, que sempre imprimiu nossas raízes em suas obras. Toda exposição do João no Museu Histórico de Campos era um desafio, por ele sempre se inovar. Que boas lembranças possuo das nossas montagens de exposição. João se foi cheio de projetos", comentou.

A historiadora e diretora do Arquivo Público Municipal, Rafaela Machado, lembrou dos planos do artista: "É uma perda muito sentida. João estava cheio de planos, cheio de projetos. Nos reunimos há dois meses para falar sobre a ideia dele de uma grande obra sobre os Goitacá. Que o talento dele seja sempre lembrado".







fonte: Folha da Manhã