sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Embarque de soja é o novo foco do Porto do Açu em São João da Barra


A Porto do Açu Operações, responsável pela gestão do complexo portuário da Prumo Logística, em São João da Barra, tem planos de se firmar também como canal de exportação do agronegócio com ênfase no embarque de soja procedente do Centro Oeste. A empresa, que este ano passou a operar na importação de fertilizantes, espera, no fluxo reverso, começar a exportar grãos a partir do próximo ano. 

Para operar no agronegócio, o Açu construiu em 2020 um armazém coberto no Terminal Multicargas, com capacidade para armazenar 25 mil toneladas ao mês de insumos. A empresa planeja quadruplicar a estrutura até 2022.

Com a movimentação de grãos, a ideia da companhia é desenvolver um fluxo reverso para a importação de fertilizantes.As cargas de adubo que chegam hoje ao Açu têm como destino, sobretudo, as fazendas de café de Minas Gerais e do oeste do Espírito Santo.

A intenção é que os caminhões que partem do Açu rumo a Minas com adubos, voltem transportando soja para o porto. A empresa pretende se tornar também uma rota de exportação de soja e milho do Centro-Oeste, e não apenas de grãos oriundos de produtores mineiros. (leia mais abaixo)

Além do embarque do minério, o Porto do Açu hoje concentra suas operações na prestação de serviços para o setor de petróleo. Hoje, além do terminal de minério, o porto tem como principais operações o apoio a plataformas marítimas de petróleo e um terminal de transferência de óleo para grandes embarcações de exportação da commodity. 

Em 2019, a GNA (Gás Natural Açu) iniciou as obras de uma usina termelétrica e de um terminal de recebimento de gás importado no porto, que devem começar a operar comercialmente no fim do primeiro semestre de 2021. 

Uma segunda térmica já foi autorizada, mas o início das obras depende da evolução da pandemia, disse em dezembro Carlos Thadeu Fraga, que preside a Prumo, proprietária do porto. (leia mais abaixo)

A estratégia da empresa é tornar o Açu um polo de movimentação de gás natural, conectado à malha de transporte do combustível e a campos produtores em alto-mar. (leia mais abaixo)

O projeto contempla a construção de uma estação de tratamento de gás e a atração de indústrias usuárias do combustível, sob a promessa de um insumo mais barato, já que não teria o custo do transporte até as fábricas. 

A consolidação de operações no agronegócio, porém, depende de uma ligação ferroviária, que hoje ainda não existe. 

O Porto do Açu exporta, atualmente, sobretudo, minério de ferro e petróleo. A expectativa da empresa é que o terminal portuário de minério, operado pela Ferroport (joint venture entre a Anglo American e a Prumo), feche 2020 com uma movimentação de 24 milhões de toneladas – acima, portanto, do desempenho de 2019, de 23 milhões de toneladas.

O presidente do Grupo Prumo, Tadeu Fraga, disse ainda que o terminal de transbordo de petróleo deve fechar o ano com volumes "significativamente maiores" que os de 2019. A companhia, porém, não dá maiores detalhes sobre as operações da commodity, devido ao período de silêncio imposto após o registro de pedido de abertura de capital da Açu Petróleo (Prumo/Oiltanking).

O Açu mira, contudo, oportunidades de negócios no setor de energias renováveis. A ideia é atrair plantas solares para a área disponível no porto, por exemplo. "Estamos viven do um momento na sociedade em que a discussão sobre sustentabilidade está se transformando em investimento. E tem toda uma ideia que estamos desenvolvendo para aproveitarmos a vocações naturais do Açu", disse Firmo.










Fonte: Valor Econômico