quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Caio e Rafael depõem como vítimas em inquérito do MP sobre fake news em Campos

(Foto: Silvana Rust)

O candidato a prefeito de Campos Caio Vianna (PDT) e o atual prefeito Rafael Diniz (Cidadania) prestaram depoimento como vítimas dentro do inquérito do Ministério Público (MP) sobre fake news durante o processo eleitoral. Na sexta-feira (27), o MP denunciou Wladimir Garotinho (PSD) e Frederico Paes (MDB) por abuso de poder econômico dentro da mesma ação por promoção de notícias falsas com dinheiro da campanha.

"É lamentável que candidatos ainda se valham desse tipo de artimanha covarde e ilegal para se eleger.
Confio no poder da Justiça e espero que todas as medidas legais cabíveis possam ser adotadas para que não tenhamos mais que nos confrontar com situações como essas que vão de encontro ao processo democrático", disse Caio após o depoimento.

O blog não conseguiu contato com Rafael Diniz até o momento.

A Promotoria e a fiscalização da Justiça Eleitoral também deflagraram, no mesmo dia, uma operação, dentro da mesma investigação, que cita três sites ("Click Campos", "Muda Campos" e "Notícias Campos") e perfis nas redes sociais que estariam promovendo notícias falsas durante a campanha eleitoral de Campos. Quatro pessoas – entre elas integrantes do "Muda Campos" e "Notícias Campos" – foram conduzidas para 134ª DP do Centro, assinaram um termo e foram liberadas na sequência. Também foram apreendidos materiais eletrônicos como celulares e computadores.

De acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) do Ministério Público, "entre os dias 20 e 22 de novembro, o 1º Representado (Wladimir) realizou a divulgação de 'fake news' em sua página pessoal do Facebook, ao afirmar que 'Rafael Diniz está ameaçando os funcionários, que Caio Vianna está contando mentiras, que Rafael Diniz se uniu ao candidato Caio Vianna'".

No texto da denúncia, a promotoria sustenta, ainda, que "para a divulgação dos referidos 'fake news', o 1º Representado (Wladimir) se utilizou de recursos de campanha para fazer impulsionamento ilícito, em sua própria página pessoal do Facebook, na época alcançando um número aproximado de 100.000 leitores, por nada mais, nada menos, que 50 impulsionamentos feitos por ele mesmo, números esses que, por si só, já são suficientes para afetar a lisura do processo democrático".

O MP destaca, ainda, que a candidatura de Caio entrou com uma ação na Justiça Eleitoral que obrigou Wladimir a retirar a publicação do ar. No entanto, "em total desrespeito à decisão liminar proferida pelo Juízo da 75º Zona Eleitoral, o grupo político do 1º Representado (Wladimir) transformou o texto publicado anteriormente no perfil do mesmo em arquivo de imagem e continuou circulando via postagens, compartilhamentos e impulsionamentos as referidas notícias falsas, sendo certo que as mesmas serviram, ainda, para publicações na forma de 'notícias de imprensa', ferindo a lisura do processo democrático de escolha, desobedecendo a Lei e as determinações do Juiz de Direito responsável pela fiscalização da propaganda".

A nota divulgada pela coligação de Wladimir e Frederico antes do segundo turno condena o que chamou de "tentativa de criminalizar o debate eleitoral". "A coligação Um Governo de Verdade refuta a tentativa de vincular o candidato Wladimir Garotinho com campanhas de fakes news. Verifica-se em Campos uma tentativa de criminalizar o debate eleitoral, bem como a livre manifestação de internautas na rede social. (...) Todos os seus eleitores e admiradores são livres para expressar suas opiniões, bem como compartilhar conteúdos em suas respectivas plataformas virtuais. Foi o compartilhamento de um post que afirma que Rafael Diniz apoia o candidato Caio Vianna, dito pelo vereador José Carlos, que foi considerado fake news, o que toda cidade sabe que não é".








Fonte: Folha da Manhã