(Foto: Silvana Rust) |
Com obras iniciadas em 2014, a Brasil Port, empresa do grupo americano Edison Chouest, que está no Porto do Açu, vai ganhar um boom em 2017 e a expectativa é que já comece a operar em 2018. Com 1.030 metros de cais, a base irá contar com 16 berços para atracação de navios, além de um estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações e de clientes. Esta será a maior base de apoio offshore do mundo. Dos 16 berços, seis já foram destinados à Petrobras e um à Chevron. No Porto do Açu, em São João da Barra, já gerou cerca de 300 empregos. Com o projeto concluído, a previsão é viabilizar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.
A Edison Chouest Offshore (ECO) é reconhecida hoje como o mais diverso e dinâmico fornecedor de soluções de transporte marítimo offshore do mundo. A expectativa é que o novo terminal movimente e armazene cerca de 609 mil toneladas de carga geral, 27 mil toneladas de granel sólido e 243 mil metros cúbicos de granéis líquidos por ano. O terminal também será destinado à manutenção e reparo de embarcações. O local terá cerca de 575 mil m².
Os navios que aportarem no futuro terminal vão utilizar o canal de acesso do Porto do Açu, mas as operações de embarque e desembarque serão feitas diretamente no porto privado que a Brasil Port está construindo. O Terminal de Uso Privado (TUP) fica em uma área que é considerada estratégica pela proximidade geográfica com os campos de petróleo mais produtivos do Brasil.
“80% da produção de óleo e gás concentra-se nessa região, portanto é a melhor localização geográfica para atender ao norte da Bacia de Santos, Bacia de Campos e sul da Bacia do Espírito Santo”, explicou o diretor da Edison Chouest no Brasil, Ricardo Chagas, ao Jornal Terceira Via.
A empresa fará trabalhos de logística offshore como atracação de embarcações, armazenamento de produtos, limpeza de tanques, gerenciamento de resíduos, reparo naval, agenciamento de embarcações, suporte a construção submarina e outros.
“Este terminal offshore será o único do Brasil e o maior do mundo que reunirá em um só lugar todas as atividades necessárias para que uma unidade marítima offhore não pare, no mercado é chamada de One Stop Shop”, informou Chagas.
A assinatura do documento de autorização para a operação do Brasil Port – o terminal da Edison Chuest no Açu aconteceu no dia 15 de fevereiro e teve a presença do governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão e do ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, Helder Barbalho.
Modais Rodoviário e Ferroviário
Na fase atual, o complexo portuário também trabalha em projetos para tornar viável a interligação dos modais rodoviário e ferroviário com o porto. Um destes projetos é a ferrovia EF-118, que vai ligar os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, e a EF-354, que pretende ligar o Porto do Açu e toda a região aos centros consumidores do Sudeste e Centro-Oeste.
Sobre o assunto, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, ressaltou que o Porto do Açu é o maior porto em área do Brasil e não tem dúvidas que logo este será também o maior em operação. “O governo está absolutamente atento a esse novo momento e conversamos com o setor para cumprir a nossa parte. Não adianta ter só o porto. O empreendimento também precisa de acesso. A gente precisa integrá-lo às regiões produtoras e consumidoras do país”.
Gasoduto vai ligar Porto do Açu a Cabiúnas para termoelétrica a gás
Já teve início o projeto do traçado de um gasoduto que irá ligar o Porto do Açu, em São João da Barra, à Cabiúnas, em Macaé. O objetivo é levar gás natural da Bacia de Campos para o Porto do Açu, o que demostra uma enorme mudança no cenário ambiental do projeto inicial, concebido por Eike Batista.
No projeto primário, que previa uma estreita relação com a China, estava prevista a exportação de minérios e a importação de carvão vegetal para alimentar uma termelétrica no Porto. Agora, com esse gasoduto o Porto irá operar em breve com energia limpa.
O trabalhando de campo já começou com técnicos entrando em contato com produtores rurais, já que o gasoduto irá passar por várias propriedades - não só de Campos e São João da Barra - mas também de Carapebus e Quissamã.
Ainda não se sabe o custo deste investimento. As obras vão começar no primeiro semestre de 2017. Atualmente o Porto do Açu conta com uma linha de alimentação de energia fornecida por Furnas, que não atende a demanda atual e bem menos a futura.
Ainda é comum ver escritórios no Porto alimentados por geradores movido a óleo diesel. Com uma estação termelétrica movida a gás, o Porto do Açu será capaz de produzir energia necessária para sua demanda e ainda vender o excedente para a concessionária que opera no Estado do Rio de Janeiro nesta área.
Fonte: Terceira Via