(Foto: Ralph Braz) |
O “rolo compressor” governista, que nos últimos anos atropelou a oposição e aprovou todas as matérias enviadas pelo governo Rosinha Garotinho (PR), resolveu “enguiçar” na tarde de terça (9) e se voltou contra o próprio líder. Vereadores da base governista manobraram nos bastidores e o projeto que pretende antecipar receitas, em torno de R$ 1 bilhão, foi retirado da pauta durante a sessão de terça. Dispostos a ‘peitar” o líder, um bloco avisou que não aprovaria o projeto sem uma ampla discussão sobre quais seriam os pagamentos realizados com o empréstimo. Correndo contra o tempo, os articuladores do governo bem que tentaram reunir pelo menos 13 parlamentares, o que garantiria a aprovação da matéria, mas o risco era grande e o governo recuou.
Nos bastidores, os articuladores do governo Rosinha não tinham certeza sobre o posicionamento dos seguintes membros da bancada governista: Gil Vianna (PR), Albertinho (Pros), Jorge Magal (PR), Dayvison Miranda (PRB) e Alexandre Tadeu (PRB). Além disso, já eram dados como certos os cinco votos contrários da bancada de oposição (Nildo Cardoso, Rafael Diniz, Marcão, Fred Machado e José Carlos). Para completar, o governo ainda não conta com vereador Paulo Hirano (PR), que está de licença médica e o presidente da Casa, Edson Batista (PTB), não vota nesta matéria.
Em busca de 13 votos para aprovar o “cheque especial”, os articuladores partiram em busca da vereadora Auxiliadora Freitas (PHS), que por recomendação médica estava em casa, de repouso, após uma crise hipertensiva. Porém, o repouso teve que ser interrompido e a vereadora foi convocada as pressas para votar. O problema é que, nessa altura do campeonato, o governo já não tinha certeza se contaria com 13 votos. Sendo assim, o presidente encerrou a sessão as discussões ficaram para a sessão desta quarta-feira (10).
No início da sessão o vereador Marcão informou que irá apresentar uma emenda ao projeto que pretende liberar o “empréstimo”. Segundo Marcão, o governo deve dar garantias de que os próximos gestores não ficaram responsáveis por prestações. “Tem que quitar tudo até o fim de 2016. As futuras gerações não podem pagar pela falta de planejamento deste grupo”″, diz Marcão.
Líder aposta em aprovação e articula com aliados fieis
Após a sessão, o secretário de Governo Anthony Garotinho se reuniu com o presidente da Câmara, Edson Batista, e com o líder do governo na Casa, vereador Mauro Silva (PT do B). A ideia é articular a colocação da matéria em pauta na sessão desta quarta-feira. A ideia é pressionar os aliados e informar que, programas sociais como Cheque Cidadão e a Passagem Social estão em jogo.
Esta não é a primeira vez que o “rolo compressor” enguiça. No dia 04 de maio a Câmara realizaria uma sessão extraordinária para votação do Projeto que transformava os superintendentes em ordenadores de despesas. Porém, por conta de desfalques no “rolo compressor”, que colocavam a aprovação do em risco, a sessão foi adiada. Posteriormente, após uma conversa com o líder, os aliados aprovaram.
Fonte: Folha da Manhã