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Bem perto de nós, existem trabalhadores que dedicam parte do seu tempo a determinadas tarefas – cuidar de pacientes acamados, brincar com crianças em abrigos, conversar com idosos. Eles não ganham nada por isso. O jornal Terceira Via começa uma série com essas pessoas que são os trabalhadores voluntários, um exército silencioso que não para de crescer em Campos.
Há três meses, o Grupo de Resgate Voluntário (GRV) – uma organização não-governamental - propôs uma parceria técnico-colaborativa à direção do asilo Monsenhor Severino. Desde então, um grupo de dez pessoas reforça os plantões da instituição com socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros, nutricionistas e demais profissionais voluntários, sem qualquer custo ou ônus para a entidade. Além disso, duas vezes por mês, o grupo se transforma na trupe “Socorristas da Alegria”.
Roberto Alves coordena as ações do grupo e afirma que o objetivo é aumentar a autoestima não só dos idosos do Monsenhor Severino, mas de pessoas que estão internadas e se sentem abatidas com o ambiente hospitalar também.
“Nosso coração foi tocado de maneira muito profunda, pela luta da nova diretoria e de todos os funcionários que estão lutando para fazer o melhor para a vida dos velhinhos. Levamos um pouco de alegria e dessa maneira cuidamos indiretamente da saúde deles também”, disse Roberto.
Emílio Martins é o técnico de enfermagem que se transforma no doutor Picolé. Ele acredita que os idosos desconfiam das fisionomias semelhantes, mas ele nega quando é questionado. “Os velhinhos olham pra mim e dizem que sou parecido com o palhaço que vem animá-los. Eu não confirmo pra não estragar o encanto e a magia. Mas, é um orgulho ver o sorriso estampado no rosto de cada um deles”, ressalta Emílio.
O grupo está arrecadando doações para reformar um dos anexos do asilo. Eles pretendem criar uma base avançada de atendimento com equipamentos e material para qualquer intervenção em atendimento pré-hospitalar que se faça necessário.
O presidente do asilo Monsenhor Severino, Ricardo Araújo, apóia o trabalho do GRV, bem como o da trupe. “Fico muito satisfeito - junto com toda a direção da instituição - em ver a alegria que este grupo de voluntários traz aos nossos velhinhos. Eles precisam de cuidados físicos, mas, acima de tudo, carinho na alma. E é isso que essas pessoas fazem aqui”, disse Araújo.
Maria das Graças Mendes está no asilo há quase dois anos. Ela disse que espera ansiosa pela visita do circo – ela se refere à trupe de socorristas. “Eu gosto muito quando eles vêm aqui. São muito divertidos e carinhosos”. Quando questionada sobre o grupo de voluntários sem maquiagem, os elogios continuam. “Melhor tratamento não poderíamos receber. Eles têm muito cuidado com todos nós”, finalizou.
Texto:Patricia Barreto
Fonte: Terceira Via