O governo federal vai cortar o ponto de 11.495 servidores pelos dias não trabalhados no mês de agosto. De acordo com o Ministério do Planejamento, o corte no contracheque dos grevistas pode ser integral ou parcial.
No mês passado, o número de servidores que tiveram redução no contracheque foi bem menor: 1.972.
Tanto em julho como em agosto, não houve corte de ponto dos professores e técnicos-administrativos das universidades federais. Os reitores decidiram manter a decisão de não encaminhar à pasta a relação de docentes e servidores que cruzaram os braços.
Os professores estão em greve há pouco mais de três meses em algumas universidades eles já decidiram retomar as aulas.
INDEFINIÇÃO
Faltando dez dias para 31 de agosto, prazo final para envio do orçamento ao Congresso com a previsão dos gastos com a folha de pagamento em 2013, a situação das greves no funcionalismo público continua indefinida. Desde o início de março, quando começou a campanha salarial desde ano, já foram realizadas mais de 180 reuniões entre governo e servidores.
Apesar dos muitos encontros e do tempo apertado, ainda não há perspectiva de um acordo e do fim das paralisações.
O diálogo entre o governo federal e as representações sindicais dos servidores se intensificou nos últimos dias. Entre 14 e 17 de de agosto, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, participou de cerca de 20 reuniões com lideranças grevistas ou com categorias que ameaçam cruzar os braços.
Para esta semana, estão agendados mais 23 encontros. As negociações têm começado pouco após as 10h e se estendido até a noite e mesmo durante os sábados. No dia 18 ocorreram três reuniões e estão marcados mais encontros para a sexta-feira (24).
Os servidores públicos alegam que a dificuldade em chegar a um acordo está relacionada ao fato de o governo estar se empenhando nas negociações somente agora, em data próxima do prazo para envio do orçamento.
"As propostas surgem já na reta final e vêm nessa forma padronizada de aumento de 15,8% parcelado em três anos", queixa-se Sérgio Ronaldo da Silva, diretor do Condsef, referindo-se à oferta de reajuste apresentada a maior parte das categorias até o momento.
fonte: FOLHA