Cláudio Castro disse que fez sucessivos pedidos para as Forças Armadas cederem equipamentos para realizar as operações nas comunidades, mas que todos eles foram negados. Para ele, o Rio de Janeiro “está sozinho nessa guerra”.
"Não foram pedidas desta vez [as Forças Armadas] poque já tivemos três negativas, então já entendemos a política de não ceder. Falaram que tem que ter GLO [Operação de Garantia da Lei e da Ordem], que tem que ter isso, que tem que ter aquilo, que podiam emprestar o blindado, e que depois não podia mais emprestar porque o servidor que opera o blindado é um servidor federal, então tinha que ter GLO, e o presidente já falou que é contra GLO. Cada dia nós temos uma razão, pra não ser mal educado, de não emprestar e de não estar colaborando”, disse Castro em uma entrevista coletiva no final da manhã.
Cláudio Castro ainda afirmou que acredita que o estado “está, sim, talvez excedendo as suas competências” na ação nas comunidades, e que continuará assim mesmo sem ajuda do governo federal.
“A gente entendeu que a realidade é essa, e a gente não vai ficar chorando pelos cantos. O estado, ao invés de ficar transformando em uma batalha política, tá fazendo a sua parte e tá excedendo inclusive os seus limites e até excedendo as nossas competências. Mas, continuaremos excedendo elas. Se precisar exceder mais ainda, excederemos na nossa missão de servir e proteger o nosso povo”, completou.
Ainda durante a entrevista coletiva sobre a megaoperação, Cláudio Castro afirmou que o governo fluminense já encaminhou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um plano de retomada do poder do Estado em áreas dominadas pelas facções criminosas e que isso será feito em fases, e não de uma só vez com um “investimento impagável”.
Os detalhes do plano não foram divulgados por questões de segurança, mas já há o direcionamento de algumas medidas – bastando, apenas, o encaminhamento para o Supremo Tribunal Federal (STF) para validação e financiamento também por parte do governo federal.
Castro pediu agilidade na análise do plano e afirmou que as forças de segurança do Rio de Janeiro já estão prontas para executar as medidas apontadas. “Por nós, esses planos de retomada já começam imediatamente assim que a decisão for autorizada pelo STF”, emendou.
“Isso aqui não é briga política, é um clamor por ajuda. As forças de segurança do Rio de Janeiro estão sozinhas. [...] E é uma tristeza e curioso que a gente passou cinco anos com uma liminar proibindo helicóptero com plataforma de tiro, e hoje a gente vê um drone com plataforma de bomba, e ainda não vi nenhuma ONG dessas que defendiam o fim do helicóptero criticar agora, nem o PSB, ter enviado nenhuma nota, que foi quem pediu o fim do uso de helicóptero, se solidarizando aos policiais e nem criticando esse tipo de arma [dos criminosos]”, disparou o governador criticando a “politização da segurança pública”.


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