segunda-feira, 9 de junho de 2025

Bacellar critica Paes e diz que prefeito quer ser “xerife” por ordem de marqueteiros


A disputa pela segurança pública no Rio de Janeiro virou o novo campo de batalha político entre o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), e o prefeito Eduardo Paes (PSD). Com as eleições estaduais de 2026 no horizonte, os dois potenciais candidatos correm para carimbar suas marcas na área mais sensível do eleitorado fluminense: o combate à violência.

Nesta segunda-feira (9), Bacellar participou da inauguração de uma base da Polícia Militar em Belford Roxo, ao lado de nomes de peso como o governador Cláudio Castro (PL) e os presidentes nacionais do Progressistas e do União Brasil. No evento, o parlamentar disparou contra Paes — sem citá-lo nominalmente, mas claramente se referindo ao prefeito — afirmando que “agora, instruído por marqueteiro, quer começar a ser o grande xerife da segurança pública do Estado, mas que nunca fez merda nenhuma pela segurança”.


A fala é mais um episódio da escalada entre os dois, que passaram a disputar espaço e visibilidade com projetos próprios. Enquanto Bacellar tenta colar sua imagem ao programa Segurança Presente, ampliado durante sua passagem pela Secretaria de Governo, Paes aposta todas as fichas na criação de uma tropa armada da Guarda Municipal, cujo custo inicial estimado é de R$ 215 milhões.

A proposta do prefeito, que ainda precisa ser aprovada em segunda votação na Câmara de Vereadores, prevê a formação de um grupamento de elite com atuação ostensiva em regiões com maior incidência de crimes — as chamadas “manchas criminais”. Os guardas terão treinamento específico, gratificação de mais de R$ 10 mil pelo uso de arma de fogo e serão monitorados por câmeras e GPS.



Já Bacellar intensifica sua agenda de eventos ligados à segurança e reforça o vínculo com o governador. Na última semana, ele participou da entrega de novas viaturas da PM e foi apontado como articulador da convocação de excedentes de concursos públicos da corporação. Além disso, destinou R$ 50 milhões da Alerj para a expansão do Segurança Presente, programa que mobiliza policiais militares de folga e agentes civis para patrulhamento preventivo em todo o estado.

A tensão entre os dois se agravou depois que o PL, partido de Castro e aliado de Bacellar, votou contra o projeto da Guarda Municipal armada. Em resposta, Paes minimizou a ruptura, mas não deixou de alfinetar, dizendo que sua proposta “não é bico” e que sua tropa terá dedicação exclusiva.