O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) inicia na manhã desta quarta-feira, 11, a abertura da barra na foz do Rio Paraíba do Sul. A medida visa aumentar o escoamento da água para o mar e, em consequência, diminuir a pressão nos diques e o volume ao longo do leito em decorrência da cheia. A viabilidade técnica da intervenção, com a definição do ponto onde será feita e sem que haja efeitos relacionados à assoreamento e avanço do mar no Pontal de Atafona, foi discutida em reunião na noite desta terça-feira, 10, na Prefeitura de São João da Barra. Participaram a prefeita Carla Caputi e integrantes de diversas secretarias municipais, do Inea, Defesa Civil Estadual, Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, Colônia de Pescadores Z-2, Ministério Público Estadual, municípios de São Francisco de Itabapoana e Cardoso Moreira, comissão da comunidade pesqueira de Atafona e vereadores.
A abertura da barra atende uma solicitação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em caráter emergencial na tentativa de conter os danos causados nos municípios cortados pelo Paraíba do Sul. Em São João da Barra, a atenção maior está voltada ao dique ao longo da margem do rio, que apresenta até o momento nove pontos com risco iminente de rompimento. Entre eles está o de Barcelos, que em janeiro de 2022 rompeu com a força da água, causando alagamento na localidade e interdição da BR-356.
A Defesa Civil Municipal de São João da Barra confirma uma estabilização durante o dia em 6,50 metros. A cota de transbordo no município é 8 metros. “Porém, a previsão é que esse o nível aumente entre quarta e sexta-feira, com a chegada das águas oriundas do aumento da vazão na hidrelétrica da Ilha dos Pombos, a 180 quilômetros da foz. Continuamos realizando o monitoramento 24h e a expectativa é que, coma conclusão da abertura da barra, a situação não se agrave”, explica o coordenador municipal de Defesa Civil, Marco Antônio Ribeiro.
O município de São João da Barra mantém, segundo a Secretaria Municipal e Meio Ambiente e Serviços Públicos, uma preocupação permanente relacionada ao dique e vem mantendo diálogo para ações visando solucionar o problema junto ao estado.
“Um relatório com o mapeamento dos danos e procedimentos para recuperação foi apresentado por nós em janeiro de 2022, após o rompimento do dique em Barcelos, ao Inea, à Fundação Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), Ministério Público Estadual e Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras. Constantemente estamos reiterando essa necessidade. O estudo mostra 21 pontos vulneráveis ao longo do dique, que compreende o trecho entre o distrito de Barcelos e a sede do município”, destacou a secretária municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo.
A prefeita Carla Caputi ressaltou a importância do diálogo com participação das autoridades envolvidas envolvidas na busca pela solução emergencial. "É preciso, portanto, manter essa mobilização para que possamos encontrar uma solução definitiva para o problema do efeito das cheias. Estaremos à disposição para que isso aconteça", disse.