A candidata à deputada estadual pelo Psol Campos, Rafa Galossi anunciou a retirada de sua candidatura, após ter seu nome divulgado na lista dos que receberam pela Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Em nota a agora ex-candidata revelou que recebeu por três meses e que, além de recuar na candidatura, se coloca à disposição do partido para esclarecimentos. A presidência do Psol em Campos também se posicionou sobre o fato.
Rafa Galossi que, segundo matéria publicada nesta segunda-feira (29) pelo jornal O Globo, recebeu ao todo, R$ 9. 837,00, durante o contrato, disse que está a disposição para esclarecimentos.
“Fui aprovada e convocada em processo seletivo vinculado ao Ceperj. Exerci atividades remuneradas durante 3 meses, entre março e maio de 2022, quando pedi exoneração do cargo. Me coloco à disposição para prestar todos esclarecimentos necessários ao Partido Socialismo e Liberdade, além disso, retiro minha candidatura a deputada estadual com intuito de evitar qualquer interferência do processo eleitoral na apuração dos fatos.”
O presidente do partido em Campos, Germano Godoy, disse que o diretório irá se reunir em breve para um posicionamento oficial, mas adiantou que, caso sejam constatadas irregularidades pela comissão de ética, serão tomadas as medidas cabíveis.
“A nossa companheira e militante Rafa Galossi teve seu nome constando na lista da Ceperj. Ela já emitiu uma nota informando como se deu a relação dela com a Ceperj e que também abriu mão de sua candidatura para evitar atropelos no processo de verificação da sua conduta. O PSoL é um partido que está na ponta das denúncias envolvendo as despesas ilícitas da Ceperj e de todo recurso público. Teremos todo zelo na averiguação do acontecido e, caso seja constatado má conduta, nossa comissão de ética tomará as providências que lhe forem cabíveis”, disse Germano.
O presidente estadual do Psol, Mario Barreto também se manifestou à reportagem de O globo.
“O PSOL foi o principal denunciante do esquema construído por Cláudio Castro junto ao Ceperj. Quaisquer filiados que tenham mantido vínculos sem comprovação de exercício de suas funções terão suas candidaturas excluídas e serão encaminhados ao Conselho de Ética com pedido de expulsão”, se manifestou Mário, por nota.
A nova matéria de O Globo trouxe nomes de candidaturas de 16 partidos, a maioria deles ligadas ao governador Cláudio Castro (PL). O partido com mais nomes é o MDB, do candidato a vice, Washington Reis, com nove candidatos que, ao todo, receberam R$ 101 mil do Ceperj.
Procuradoria Eleitoral
Na semana passada a juíza Roseli Nalin, da 15ª Vara de Fazenda Pública, determinou o compartilhamento dos documentos que integram a ação civil que investiga o Ceperj com a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Um cruzamento de dados feito pelo Ministério Público do Rio com informações do Tribunal Superior Eleitoral mostra que 2.058 pessoas receberam ordens de pagamentos do Ceperj foram candidatos em eleições de 2000 a 2020. Na lista há candidaturas para vereadores, prefeitos, deputados e até suplência para o Senado Federal. Segundo os promotores do MPRJ, os pagamentos desse pessoal contratado, ocorria “na boca do caixa” de agências do Bradesco, somando um total de quase R$ 226,5 milhões em todo o estado.
Ao todo a 6ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania do Rio encontrou 3443 candidaturas. O número é maior que de candidatos porque há pessoas que concorreram em mais de um pleito.
Fonte: Terceira Via