_Evento on-line discutiu expectativas e inserção da nova tecnologia no país e seu impacto no Agro_
"Atualmente, apenas 23% das propriedades rurais possuem algum tipo de conectividade. Por isso, temos que lembrar da importância do leilão da tecnologia 5G para o Brasil, principalmente no agronegócio. Esse modelo será responsável por impulsionar ainda mais o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP)". As palavras são de Moisés Moreira, Presidente Substituto da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no início do bate-papo do ABMRA Ideia Café, iniciativa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA).
Moreira explica que o leilão 5G, realizado pela Anatel, deixou de ser arrecadatório para focar em compromissos de abrangência, com o intuito de ampliar a comunicação no Brasil. "A intenção é de que 90% dos recursos do leilão sejam transformados em investimentos que trarão muito mais conectividade ao nosso país", comenta o dirigente.
Quanto às áreas rurais, Moisés Moreira destaca que o objetivo também é inserir a conexão 4G em mais de 40 mil km de rodovias federais. "Essa é uma de nossas obrigações. Vamos incluir a faixa de 700 GHZ, que é muito mais robusta e será responsável por conectar as propriedades rurais localizadas no entorno dessas rodovias. Essa faixa é utilizada para ampliar a conectividade por meio de pequenos e médios provedores", informa.
Embora a conectividade 5G ainda não esteja disponível em áreas rurais, os produtores poderão usufruir de um serviço denominado Serviço Limitado Privado (SLP). "O campo não ganhará a rede 5G de imediato. No entanto, o SLP permite o acesso à rede privativa nessas áreas, possibilitando a conexão em aparelhos, como máquinas, drones e computadores, por meio de sensores instalados na fazenda. Aliás, essa tecnologia já está disponível em algumas regiões e áreas rurais".
No bate-papo, Júlio Cargnino, vice-presidente da ABMRA, questionou sobre a migração do sinal de TV aberta por satélite da Banda C para a Banda Ku. O presidente substituto da Anatel detalhou que com a implantação do 5G no Brasil a Banda C sofrerá interferência. Por isso, é necessária sua mudança para a Banda Ku. "Os sinais de televisão com a banda Ku levarão aos usuários sinal de melhor qualidade, pois será digital. Isso se converte à melhor qualidade de áudio e vídeo", informa Moisés Moreira.
Quanto à instalação do novo sinal, ele esclarece que a partir de janeiro de 2023 começa a implantação em cidades com mais de 500 mil habitantes. Em junho de 2023, a previsão é de que as cidades acima de 200 mil habitantes recebam a Banda Ku. "O cronograma foi definido pelo governo e até janeiro de 2026 todas as cidades deverão estar ligadas na faixa 3,5 GHZ", complementa.
Ricardo Nicodemos, presidente da ABMRA, enfatiza que a telecomunicação é um dos principais pilares do Agro. "Esse é o primeiro passo de uma 'longa jornada', mas é preciso ter transmissão de alta qualidade nas propriedades rurais". Sobre esse tópico, Moisés Moreira informa que o objetivo é que a área rural permaneça com o 4G já que a rede atinge longas distâncias.