sábado, 19 de março de 2022

SJB recebe royalties na próxima segunda-feira com aumento de 25,5%

 

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

São João da Barra e demais municípios produtores de petróleo recebem, nesta segunda-feira (21), repasse dos royalties com acréscimo considerável. O previsto é R$ 16.983.097,66 (+25,5%), contra R$ 13.422.843,00 de fevereiro.

No caso de Campos, o valor a ser depositado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) é de R$ 52.631.656,80, o que significa um aumento de 29% em relação ao depósito do mês passado, quando o município recebeu R$ 40.804.971,00. Analistas garantem que, se nada afetar seriamente a produção, ou seja, se a situação atual se manter, os valores dos royalties e participações especiais devem seguir no patamar elevado pelo menos até junho.

“Recorde de arrecadação. Este é um momento ímpar que estamos vivendo no mundo que resulta neste excelente repasse previsto para segunda-feira, tanto para o Estado do Rio de Janeiro que recebeu na sexta o valor de R$ 782,75 milhões, como para os municípios produtores. O mesmo em decorrência do preço do petróleo que já vinha em alta acima dos US$ 60,00 desde o início da vacinação global do ano passado, com reflexo na retomada da demanda por petróleo no mundo”, analisa o consultor de petróleo, Wellington Abreu.

Da região, Macaé é o município que detém a maior fatia dos royalties do petróleo: a cidade receberá R$ 97.384.474,78 com aumento de 26% em relação ao mês anterior, quando foram depositados R$ 77.289.266,00. Para Já a Quissamã caberá R$ 19.263.238,67 (+32,2%). No repasse anterior foram depositados R$ 14.547.852,00 para a cidade.

Guerra entre Rússia e Ucrânia


O motivo da disparada do preço do barril do petróleo, que impacta diretamente no valor recebido pelos municípios produtores de petróleo, é o conflito armado entre Rússia e Ucrânia, conforme destaca o analista.

“No início de janeiro deste ano o preço da commodity já era comercializada perto dos US$ 80 e após o início do conflito da Rússia que é o terceiro maior produtor mundial com a Ucrânia, o preço do petróleo chegou a um pico de US% 139, preço alcançado somente em 2008 quando chegou aos US$ 147,50. Desde 24/02 com início do conflito o preço oscila acima dos cem dólares e no dia 18/03, Fatih Birol, diretor geral da AIE (Agência Internacional de Energia) emitiu um alerta ao mercado internacional dizendo que a crise energética pode piorar. Fato é que a geopolítica do petróleo foi seriamente abalada e nunca será a mesma. Com isso, arrisco em dizer que não vejo o valor da commodity a US$ 70, em curto espaço de tempo. Este é o maior repasse de royalties recebido pelo Estado do Rio de Janeiro e por muitos municípios produtores ‘em sua maioria’, mesmo em 2008 não alcançamos este patamar, visto que o câmbio estava abaixo de R$ 2,00”, pontua.


Situação deve se manter favorável aos municípios produtores

“Podemos aguardar uma boa participação especial para maio e repasses de royalties maiores até o mês de junho se nada afetar seriamente a produção. Momento para os administradores respirarem com esse ‘oxigênio’ e traçarem investimentos em ordem nacional, estadual e municipal, sem deixar de seguir a legalidade na hora dos gastos e sem aumentar deliberadamente seus custeios a prazos exacerbados. Lembrando que a União tem um Fundo Social ‘Lei n° 12.351/2010’ bilionário que estimo saldo acima dos R$ 100 bilhões. Sem deixar de lembrar da liminar que temos no STF e da Marcha de Prefeitos prevista para abril da CNM que é a entidade que mais reivindica a distribuição dos Royalties a nível nacional”, finaliza Wellington Abreu.