Equipes da 146ª Delegacia de Polícia (DP), de Guarus, recuperaram, na tarde desta quarta-feira (21), a arma que foi roubada do policial militar no final da tarde dessa segunda-feira (19). Durante o assalto, no Parque Rio Branco, o 2º sargento e seu cunhado acabaram baleados. O principal suspeito do crime, identificado Polícia como o Cristiano Marques Cardoso, de 23 anos, se entregou, na noite dessa terça (20), após negociação mediada entre o delegado titular da 146ª DP, Pedro Emílio Braga, e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
No início da tarde desta quarta, Pedro Emílio concedeu uma entrevista coletiva para dar detalhes sobre ação conjunta da Polícia Militar e Polícia Civil para encontrar o suspeito. Segundo Pedro Emílio, Cristiano também tinha um mandado de prisão em aberto, por conta de um assalto a uma lotérica em Guarus, neste ano.
A ação de buscas pela autoria do crime contou com a participação da Polícia Civil, do serviço reservado do 6° Comando de Polciamento de Área (CPA), do 8°Batalhão de Polícia Militar (BPM), da 6ª DPJM, e de policiais militares das unidades de Itaperuna, Pádua e Macaé.
— A partir das primeiras informações conseguidas naquela noite, conseguimos, através de diligências investigativas, chegar a qualificação completa deste indivíduo. No decorrer da terça-feira (20) conseguimos chegar ao primeiro local onde ele teria buscado refúgio e conseguimos imagens de câmeras, junto as roupas que ele teria utilizado no crime — contou Pedro Emílio, sobre os primeiros passos da investigação.
— Neste momento, já esclarecida a qualificação do suspeito, buscamos localizar o esconderijo aonde o indivíduo se encontrava. Realizamos, então, mais diligências ao longo do dia e conseguimos novas notícias sobre o local aonde ele poderia estar escondido e passamos a negociar sua entrega, sobretudo através da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Já no início da noite chegamos a informação de seu paradeiro e equipes da delegacia se dirigiram ao local, obtendo êxito em realizar a prisão do suspeito, que se encontrava com um projétil alojado, e o levando ao Hospital Ferreira Machado — acrescentou o delegado.
Antes do principal suspeito receber voz de prisão, a Polícia apreendeu uma mulher e outro homem, suspeitos de participação na tentativa de latrocínio. Após depoimentos, a Polícia chegou a conclusão de que os dois não teriam participado do crime. Então, a mulher foi liberada, mas o homem permaneceu detido por outro assalto a uma casa lotéria, que também teve a participação do suspeito de atirar no policial militar nessa segunda.
Pedro Emílio acrescentou que existe a probabilidade de o crime ter sido premeditado, mas a motivação do roubo ainda está em apuração. Ele contou também que é investigada a participação de outro suspeito, mas ressaltou que hipótese está "85% descartada". O delegado afirmou que tudo indica que Cristiano teria agido sozinho.
O suposto autor dos disparos se entregou após negociação mediada entre o delegado Pedro Emílio e a Defensoria Pública. Ele estava com um projétil alojado no quadril e temia pela sua vida - pelo fato de ter atirado contra um militar. O delegado classificou o suspeito como "um criminoso costumas, envolvido principalmente em crimes de roubo, com algumas investigações concluídas contra ele: fato que o levou a sair de Campos há alguns meses".
O caso - O policial militar foi baleado e teve sua arma roubada no final da tarde dessa segunda-feira, quando chegava à sua casa, no Parque Rio Branco, em Guarus. O 2º sargento, de 42 anos, estava de folga, acompanhado do seu cunhado, de 56 anos, quando um homem se aproximou por trás e anunciou o assalto. Apesar de estar armada, a vítima não esboçou nenhuma reação e junto ao seu cunhado deitou-se no chão.
Neste momento, segundo o delegado, o criminoso disparou duas vezes contra a vítima, que foi atingida nas costas e no braço. Em uma rápida iniciativa de legítima defesa, o cunhado do PM entrou em luta corporal com Cristiano e o revólver foi descarregado durante a briga. Com isso, o cunhado do PM foi atingido na perna direita e o suspeito no quadril direito. Os ferimentos, contudo, não impediram que Cristiano conseguisse pegar a pistola Glock, calibre .40, do policial e fugisse da cena.