Há mais de um ano fechado, o posto de saúde do bairro Jóquei Clube, em Campos, tem sido alvo de reclamação dos moradores. Isso porque os atendimentos médicos e odontológicos estão sem acontecer, mesmo para quem precisa. Uma usuária, a diarista Sandra Paes, de 48 anos, conta seu drama nesta reportagem.
“Tenho um cisto uterino que não para de crescer por falta de tratamento, mesmo sendo um caso de urgência. Em decorrência disso, estou tendo hemorragias que só são controladas quando utilizo medicamentos anticoncepcionais ininterruptos. Com isso, o problema de fato só se agrava”, relata.
Sandra afirma que ainda em 2019 o posto médico foi fechado e permaneceu assim com a chegada da pandemia, em março de 2020. Antes, havia atendimento com clínico geral, ginecologistas e dentistas, além de outros serviços pontuais como curativos e vacinação.
Ela diz que procurou atendimento também em outros locais, mas por causa da pandemia, os serviços estão voltados apenas para os casos de sintomas de Covid-19. “Fui ao Centro de Referência da Mulher, mas fui informada de que só estavam atendendo a grávidas. No HGG cheguei a conseguir consulta, mas não tive como fazer exames ginecológicos para continuar o tratamento. Com essa pandemia, o ideal era que os postos voltassem a funcionar para casos como o meu, que são importantes”, sugere.
Sandra está desempregada e com as contas atrasadas. Por isso, não busca atendimento médico particular.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde confirmou que o posto foi fechado e que a gestão municipal vem trabalhando para a reabertura gradual da unidade, assim como já fez em Lagoa de Cima e São Sebastião. Enquanto isso, a população deve se dirigir a uma outra unidade mais próxima ao bairro, como é o caso da UBS da Penha entre outras.
“Caso a paciente busque atendimento em uma unidade Estratégia Saúde da Família (UBSF) o próprio médico fará o atendimento, solicitar os exames e fazer o encaminhamento para a especialidade que o caso exigir. Caso a paciente esteja encontrando alguma dificuldade de atendimento nas unidades básicas, ela deve se dirigir ao Núcleo de Controle e Avaliação com o encaminhamento. Se não tiver o encaminhamento será agendada uma consulta com o ginecologista ou clínico geral para diagnóstico e os devidos encaminhamentos. O Centro de Referência e Tratamento à Mulher é uma unidade de tratamento de média complexidade, onde a paciente é atendida através de encaminhamento da UBS ou UBSF para passar por atendimento com especialista e dar continuidade ao tratamento”, finaliza a nota.
Fonte: Terceira Via