(Fotos: Genilson Pessanha e Rodrigo Silveira) |
O empresário e diretor da CDL, Edvar Júnior, também falou sobre a manifestação. "Estamos reivindicando a reabertura. Nossa maior preocupação é o trabalhador e o empregado, em manter seus salários. O comércio não pode passar por isso (Lockdown). Temos que achar um meio de como resolver da melhor forma, conciliando com trabalho. O lockdown total não dá certo. As pessoas aglomeram em casa e não temos resultado. Não podemos deixar que isso acabe com o comércio, com a quantidade de empresas que estão se encerrando pela cidade", afirmou.
O empresário Roberto Crispim disse que o comércio de Campos passa por sérias dificuldades. "Nós já estamos vindo de duas semanas de lockdown. O comércio já não suporta mais essa situação. Nós já não temos condição de estar pagando o salário dos nossos funcionários. Nós respeitamos o problema de pandemia, respeitamos o posicionamento da Prefeitura, mas há de se respeitar, também, a situação dos lojistas que já não tem mais condição de manter seus estabelecimentos. Muitas lojas já não vão mais reabrir e o caos social já está na nossa porta. Nessa semana várias empresas já não pagaram mais o salário de seus funcionários. Como vai ficar isso? Na conta de quem que vai ficar? Não há apenas previsão de demissão em massa: ela já começou. Muita gente já está demitindo e muita gente já está demitida. Qual será o futuro econômico da nossa cidade com esse problema?", questionou.
O dono de uma loja de motos, Marcos Barcelos, também destacou o drama do comércio fechado. "A gente está aqui reivindicando pacificamente. A gente já está há mais de 15 dias com nossos comércios fechados. As folhas de pagamento venceram ontem e a gente já não tem mais dinheiro para pagar. Vai haver demissão de funcionários, infelizmente. Pagamos os impostos, mas já não temos mais dinheiro para pagar. Se não abrir o comércio, realmente, não teremos como fazer nada. Vai haver demissão em massa. Nós só queremos trabalhar, dar emprego e não precisar mandar ir embora. Vai ser mais gente passando fome. Se tem gente morrendo de Covid, cadê o Hospital de Campanha? Porque não faz tratamento precoce na nossa cidade? Eu tenho o maior respeito pelo nosso prefeito, ele foi eleito por nós, mas precisamos trabalhar", comentou.
O ex-vereador e empresário Luís Alberto Neném também participou do ato. "É um momento muito difícil. Nós já demos a nossa parte de contribuição no ano passado, ficando quatro meses com as lojas fechadas. Lembrando que ano passado eu tinha 24 funcionários e, após esses quatro meses, fui para 16. Agora tivemos mais uma semana de lockdown em janeiro, outros 17 dias e mais uma semana. O comerciante não aguenta mais. O comerciante já não tem mais condições de pagar as despesas que ele tem. Campos já está passando um momento muito difícil perante a economia e já perdeu muito dinheiro com royalties, agora vai perder com arrecadação. O maior empregador de Campos é o comerciante; e o comerciante está passando por um momento muito difícil", afirmou.
Nessa segunda-feira (05), um grupo de cerca de 30 comerciantes de vários bairros de Campos fechou a rodovia BR 101, em Guarus, em protesto contra a manutenção do lockdown no município, definida de manhã em reunião do Gabinete de Crise da Covid-19. O ato aconteceu próximo à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde manifestantes queimaram pneus e galhos.
Fonte: Folha da Manhã