sábado, 3 de abril de 2021

Emenda de R$ 300 mil para digitalizar parte da história de Campos


O deputado federal Chico D’ Angelo (PDT-RJ) destinou uma emenda de R$ 300 mil para que o recurso seja usado na digitalização de arquivos referentes à história do município de Campos. Ele cita, principalmente, as páginas do periódico Monitor Campista. O jornal, que já foi um dos maiores do país, saiu de circulação em 2009, com 175 anos. Uma parte do seu acervo já se encontra disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. No entanto, grande volume de história ainda está trancafiada em um depósito no Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho . A destinação da verba foi recebida com entusiasmo por três combatentes da área cultural de Campos. Caberá à Prefeitura apresentar o projeto e a execução.


— Como ex-presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e nascido na cidade de Campos, sei da importância de preservarmos nossas origens e nossa história. Conversando com alguns professores e pesquisadores campistas, tomei conhecimento da dificuldade que encontram em fazer esse resgate histórico, já que muitas informações se encontram espalhadas e sequer foram digitalizadas — destaca o deputado Chico D’Ângelo.

D’Angelo acredita estar facilitando o trabalho de resgate. “Honraremos e preservaremos nossas raízes, além de democratizar a pesquisa e o acesso à informação para os cidadãos campistas”, ressalta.

Coordenadora do Arquivo Público Municipal, Rafaela Machado, diz ser uma ótima notícia para a cidade. “Só precisamos agora saber como essa verba será destinada. Só do Monitor Campista e Folha do Comércio temos um depósito inteiro”, conta.

A professora da UFF e pesquisadora da Cátedra Unesco de Políticas Culturais, Juliana Carneiro, também acha a iniciativa do parlamentar louvável e a emenda muito bem-vinda. “A digitalização de documentos históricos é importante para a preservação e democratização de informações relativas à Campos. Ao incluir jornais, revistas e documentos da cidade em plataformas (como a hemeroteca digital da Biblioteca Nacional) torna-se possível a ampliação de acesso de pesquisadores do mundo inteiro e, por conseguinte, o aumento de publicações”, disse, ressaltando com tudo que pela importância histórica do Monitor Campista, ele deve ser priorizado. “Em conversa com Rafaela Machado, ela ressaltou a riqueza do acervo sobre escravidão, por exemplo”, salienta.

A historiadora Graziela Escord, que se autodenomia uma sonhadora, destaca seu contentamento com a notícia. “Espero que o desejo do deputado Chico D’Angelo se cumpra. O Jornal Monitor Campista é um bem preciso para a cidade e para os pesquisadores. No entanto, já temos edições digitalizadas pela Biblioteca Nacional, caberia, se possível, uma parceria entre a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho para completar o que ainda falta ser digitalizado. Outra questão importante é o acondicionamento adequado das edições originais. Portanto, essa verba precisa ser investida tanto na digitalização, quanto no armazenamento dos originais’, ressalta.

E ela ainda vai além: “Pensando na preservação e na divulgação de acervos documentais, o Museu Histórico de Campos também possui documentos referentes ao Nilo Peçanha (ex-presidente), que poderíamos digitalizar e disponibilizar ao público através de plataforma (site), além de um acervo fotográfico, com fotos raras da nossa cidade. Um grande sonho é informatizar as instituições culturais do município. Com a pandemia do Covid-19, percebemos como tal ação é necessária!”, conclui a historiadora.







Fonte: Folha da Manhã