O bebê espancado pelo próprio pai em São Fidélis, no Norte Fluminense, perdeu o rim direito e metade do esquerdo. Segundo o tio, Agnaldo Rangel, o estado de saúde da criança continua grave.
Em entrevista ao G1, Agnaldo afirmou que “o tórax está drenando menos sangue e a urina clareou um pouco”. Caso o quadro clínico da criança melhore, ela será submetida a cirurgia.
A criança está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Ferreira Machado, em Campos. No domingo, 44 pessoas foram até ao Hemocentro doar sague para o bebê.
Relembre o caso
O crime aconteceu na última sexta-feira (2). O menino foi levado pelos pais para o Hospital Armando Vidal, em São Fidélis, de onde foi transferido para o Hospital Ferreira Machado.
Segundo a equipe responsável pelo atendimento, o bebê chegou à unidade com afundamento de crânio, fratura de costelas e mordidas pelo corpo, inclusive em estágios diversos de evolução, o que, segundo a polícia, tende a caracterizar a denominada síndrome de Silverman, ou síndrome da criança espancada.
De acordo com a Polícia Civil, o próprio pai de 20 anos confessou ter agredido o filho durante depoimento, e disse que o fez porque a criança estava chorando demais.
O casal foi conduzido, inicialmente, à 141ª DP em São Fidélis, após a equipe médica do hospital ter constatado lesões corporais visíveis e recentes, mas foram encaminhados para a central de flagrantes na 134ª DP em Campos.
Antes do pai confessar o crime, a mãe do bebê de 21 anos chegou a dizer que ela e a criança teriam sido sequestradas por homens não identificados, após saírem de casa à procura do marido, que teria saído cedo sem dizer onde ia.
Ainda segundo a mãe, os supostos criminosos teriam colocado ela e o bebê em um veículo, onde teriam agredido somente a criança e depois liberado os dois.
A versão, no entanto, foi desmentida pelo marido quando o casal foi separado para prestar depoimento individualmente. O pai então disse aos policiais que perdeu a cabeça e espancou o filho porque se irritou com o choro insistente da criança.
Os presos foram autuados em flagrante, o pai pelos crimes de tortura e lesão corporal e a mãe por tortura por omissão. De acordo com a polícia, a situação jurídica pode se agravar caso a criança não resista aos ferimentos.
O casal permanece preso na sede da 134ª DP, onde aguardam transferência para a Audiência de Custódia.
Fonte: Terceira Via