(Campos dos Goytacazes - Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
A possibilidade do fechamento total do comércio por vários dias suscitou manifestações de entidades empresariais do comércio campista. Três entidades que são referência do comércio, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Acic (Associação Comercial e Industrial) e Carjopa (Associação dos Comerciantes e Amigos da rua João Pessoas e Adjacências), se posicionaram de forma contrária a mais um fechamento. A Carjopa e a Acic falaram nesta quinta-feira (18) ao Campos 24 Horas. Uma das entidades ressalta que, se realmente ocorrer o fechamento, que se estenda a outras atividades como o transporte de passageiros. Outra preocupação é com as grandes redes de supermercados, onde aglomerações são registradas, a exemplo do ocorrido em recente inauguração no bairro do IPS, fato que foi alvo de muitas críticas nas redes sociais.
A Carjopa tem reunião agendada para esta quinta-feira (18), às 14h, a fim de extrair uma posição sobre o caso de um novo lockddonw. Mas o presidente da entidade, Expedido Coleto, já adiantou para o Campos 24 Horas que a entidade é contra a mais uma paralisação do comércio. “A Carjopa, em princípio, é contra o fechamento, que mais uma vez irá prejudicar o comércio, trabalhadores e profissionais liberais quando se sabe que, a olhos vistos, não é o comércio o causador da disseminação do coronavírus”, declarou.
PAGANDO A CONTA - O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Castro Abreu, afirmou que o lockdown, se for mesmo decretado, deve se estender a outras atividades como o transporte de passageiros. “Se for decretar mais um lockdown, que a medida não seja restrita apenas ao comércio, que vem seguindo os protocolos estabelecidos pelo Comitê de Crise da Cvid 19, mas que seja estendido ao transporte público. Nos lockdowns anteriores o que vimos foram lojas impedidas de funcionar, mas as aglomerações continuaram nas ruas e filas quilométricas nos bancos”, disse. (leia mais abaixo)
O presidente da Acic pontuou que há um aumento de 71% de ocupação nos leitos de UTI e 74% nas vagas de clinica médica, “mas os empresários sozinhos não podem pagar esta conta”. (leia mais abaixo)
Na reunião desta sexta-feira (19) do Comitê de Crise da Covid, Leonardo Abreu vai apresentar algumas sugestões como a prorrogação do prazo para o pagamento de tributos como o IPTU e o ISS, suspensão total do transporte público, maior fiscalização nas festas clandestinas que vem acontecendo em diversos bairros e distritos. A ideia é manter a população nos bairros e distritos, evitar aglomerações e ao mesmo tempo fomentar a economia nos bairros. (leia mais abaixo)
—Infelizmente, o comércio vem pagando a conta desta pandemia. No entanto, os empresários vêm cumprindo todos os protocolos como permanência de 305 dos clientes no interior dos estabelecimentos, uso obrigatório de máscara e disponibilidade de álcool em gel — concluiu.
POSIÇÃO DA CDL - Em seu site, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos- CDL- emitiu uma nota cautelosa, mas ao mesmo tempo incisiva sobre a hipótese de paralisação do comércio. “A diretoria da CDL preferiu não se posicionar pontualmente sobre essa possibilidade, porque ainda não existe uma posição oficial, lembrando que nesta sexta-feira (19) haverá uma reunião do Gabinete de Crise da Prefeitura, da qual diretores da entidade irão participar”.
A diretoria da entidade manifestou preocupação com os impactos de mais uma paralisação. “Os comerciantes não consideram que os estabelecimentos sejam áreas de risco para as pessoas contraírem a Covid-19, exatamente pelo elenco de medidas tomadas. A preocupação é que um fechamento agora, traria problemas como o pagamento de tributos, entre outros, além da premente possibilidade de cortes de pessoal, ou seja, demissões, o que o setor tem evitado ao máximo”, acrescentaram os lojistas.
1º FECHAMENTO DE 2021 - Em janeiro deste ano, o comércio ganhou uma queda de braço com o Executivo diante de uma ameaça de fechamento. À época, a CDL divulgou nota requerendo a reabertura do comércio e mostrando que esse segmento segue rigorosamente os protocolos de segurança determinados pelas autoridades sanitárias, e que desta forma não poderia ser visto como pontos de contágios.
Segundo frisava a direção da CDL, no período compreendido entre julho e novembro de 2020, com autorização para reabertura do comércio local, “não houve qualquer aumento dos casos da Covid-19 em Campos, o que só começou a acontecer após o início da campanha eleitoral no município”.