Ex-presidente americano entre 2009 e 2017, Barack Obama discursou, nesta quarta-feira (20) no terceiro dia da convenção democrata que oficializou Joe Biden como o candidato do partido às eleições presidenciais de 2020. Em sua fala, Obama comentou sobre as insinuações de Trump de que as eleições podem ser fraudadas com o voto pelo correio e classificou o republicano como uma ameaça à democracia.
"É isso que está em jogo agora: nossa democracia", disse o ex-presidente. "Esse governo já mostrou que pode destruir nossa democracia se isso for necessário para vencerem. Não podemos permitir isso", afirmou em outro trecho.
"Eles sabem que não podem ganhar com sua política, então querem convencê-lo que seu voto não importa. É assim que eles ganham", avaliou Obama, que fez um forte apelo aos eleitores democratas para que não deixem de comparecer às urnas, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus.
"Façam um plano de como vão votar. Façam isso com antecedência, avisem famílias e amigos. Façam como americanos fazem há dois séculos, mesmo em épocas mais difíceis. Nossos heróis não deixaram de protestar", disse Obama, fazendo menção também aos protestos por justiça racial que tomaram o país em 2020 após a morte de George Floyd.
O racismo do país foi outro ponto frisado no discurso de Obama, que lamentou a morte recente do ativista John Lewis, a quem se referiu como um "gigante da democracia americana".
"(Lewis foi) um dos últimos líderes dos direitos civis. Ele me disse que nunca imaginou entrar na Casa Branca e ver um presidente que se parecia com seu neto", comentou Obama.
"Que nenhuma criança sinta a dor do racismo. Outras gerações tinham que ser convencidas de que todos tinham os mesmos direitos, mas agora não", acrescentou, em momento no qual ressaltou o movimento "Black Lives Matter" como um sinal positivo de mudança na sociedade americana.
Obama indicou que Trump não lida bem com críticas e fez defesas a manifestantes contra o governo e à imprensa. "(Os manifestantes) não deixam de ser americanos porque discordam e a imprensa não é um inimigo."
Fonte: CNN