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A Cultura de Campos perdeu mais um ícone de sua história. Morreu na madrugada desta terça-feira (24) o professor, artista e programador visual Sérgio Provisano, aos 64 anos. Ele estava internado há cerca de uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarus (HGG) e tinha um quadro agravado de diabetes e problemas renais. A causa da morte de Sérgio não foi divulgada. O velório aconteceu nesta tarde, no Teatro Municipal Trianon, com o sepultamento ocorrendo no cemitério do Caju. Foi feito controle para que não houvesse grandes aglomerações devido à pandemia do novo coronavírus. Algumas pessoas usaram máscara.
A presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima, lamentou a morte de Provisano.
— Sérgio era uma pessoa que tinha informações em vários setores, não era só na arte dele. Era um artista nato. Muito talento no que ele fazia, era design gráfico. Tinha uma cultura geral muito grande que sempre trazia boas contribuições a várias áreas do conhecimento. Ele tinha atuação no Núcleo de Cultura de Campos. Era um grupo liderado por ele para pensar iniciativas e projetos na área cultural — contou a presidente.
O professor, diretor teatral e jornalista Orávio de Campos Soares adjetivou Provisano como um “anjo da cultura”:
— Conseguia reunir todos dentro de um só ideal: o desenvolvimento da cultura como parte integrante da emocionalidade humana. Ele não fazia isso de forma partidária e, talvez, tenha sido a única lúcida voz dentro da cultura campista trabalhando no espaço do Museu Histórico, com seu café, seu cappuccino, sua roda de conversa. Eu penso que a cultura de Campos fica mais pobre com o falecimento de Sérgio Provisano. Ele estava sofrendo com vários tipos de moléstia, mas era um otimista. Mesmo doente, continuava trabalhando. Com certeza, vai habitar o Olimpo; o Itaoca, que é o Olimpo de todos os intelectuais dessa terra. Ele será muito bem-vindo lá.
O diretor teatral Fernando Rossi, atualmente à frente do Teatro de Bolso Procópio Ferreira, disse que Sérgio Provisano acompanhou toda a sua trajetória artística:
— Meu sentimento é de gratidão pelo carinho que sempre teve comigo. Era um incansável guerreiro em defesa da nossa cultura. Grande ativista cultural. Vai fazer muita falta dentro do cenário artístico. Uma grande perda.
Nas redes sociais, amigos homenagearam Provisano. “Poetas não morrem, são eternos! Morre o poeta Sérgio Provisano”, postou Dayse Albernaz de Aquino. O jornalista Cilênio Tavares comentou: “A notícia triste do dia é o falecimento do talentoso e boa gente Sérgio Provisano, que foi para outro plano de vida. Era uma cabeça pensante, inquieta, dessas que induziam à reflexão. Que ele siga na paz e Deus conforte a família”.
O subsecretário de Governo de Campos, Fernando Leite, lembrou do amigo com carinho: “Mestre Sérgio Provisano, 'qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar'. Até!".
Diretora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, também se manifestou virtualmente sobre o artista:
— Hoje escrevo para meu companheiro de front, meu amigo Sérgio Provisano. Você lutou até onde as suas forças permitiram. Sempre acreditei que era do fazer cultural onde você buscava sua força. Como um bom guerreiro que é, você aceitou que era hora de encerrar sua batalha, porque não podemos desafiar o destino. Sentirei saudades de sua principal estratégia, o seu sorriso, capaz de curar qualquer ferida e de apaziguar meu ímpeto. Você merece todas as homenagens e o seu descanso! Obrigada por ter acreditado em mim e por ter comprar muitas batalhas ao meu lado.
O fotógrafo e produtor cultural Wellington Cordeiro, atual presidente da Associação de Imprensa Campista, foi outro a prestar homenagem via internet.
— Neste dia melancólico de tempo nublado e atmosfera apocalíptica, perdemos uma grande pessoa. Sérgio Provisano lutou muito pela cultura em nossa cidade e pela sua própria vida. É um exemplo para nós. Que siga em paz — publicou no Facebook.
Fonte: Folha da Manhã