Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (20), fiéis começaram a preparação dos tapetes de Corpus Christi, que comemora 50 anos de tradição em Campos. Várias ruas centrais da cidade amanheceram interditadas para que pudesse ser desenvolvido o trabalho de montagem dos tapetes que se tornou ao longo dos anos uma tradição entre os membros da comunidade católica campista.
Pela manhã, alunos das escolas campistas e também membros das pastorais da Diocese de Campos se reuniram para a confecção de dezenas de tapetes no entorno da Praça do Santíssimo Salvador, na avenida Alberto Torres, na rua Tenente Coronel Cardoso, em frente ao Colégio Eucarístico e na rua Barão de Miracema. O trajeto foi por onde passou, no final da tarde, a procissão de Corpus Christi, que reuniu milhares de fiéis, com início no Santuário de Adoração, na rua Carlos de Lacerda, às 16h, e término com uma missa na praça principal da cidade.
O dia ainda estava clareando e muitos jovens já estavam reunidos para manterem a tradição católica. O grupo da Pastoral Jovem de Colisão, da Igreja Sagrado Coração de Jesus, foi um dos que colocou a mão na massa logo pela manhã. Para os jovens do grupo, a data é importante porque demonstra a adoração a Jesus. “Chegamos aqui antes das 8h da manhã para preparar os tapetes e fazer com que o nosso trabalho fique perfeito. Estamos utilizando material reciclável”, disse Carlos Luciano Soares dos Santos Filho, um dos membros do grupo.
Ana Flávia Batista levou o filho Lucas Batista, de 7 anos, para participar da confecção dos tapetes pela primeira vez. “É o segundo ano dele na catequese, o primeiro que participa dos tapetes. Ele está bastante animado”, comentou. Um dos principais cuidados na decoração dos tapetes foi a escolha das tintas — nenhuma delas tóxica, para não prejudicar a reutilização dos produtos como adubo. Além da tinta, também foram usados areia, dolomita e diversos tipos de produtos recicláveis. Cada tapete teve a medida de 5x3 metros e, entre eles, foi feita uma passarela ornamentada, de 8 a 10 metros de comprimento.
Todo cuidado na preparação foi recompensado quando a procissão passou. No meio do público, muitos fiéis que sempre marcam presença, além de outras pessoas que acompanharam o evento em Campos pela primeira vez. Este é o caso de Lucia Coelho, 48 anos, que ficou encantada com a demonstração coletiva de fé. “Eu acho muito bonito. É uma fé que todos nós temos e precisamos colocá-la em prática. A religião católica é muito bonita e tem suas tradições a serem seguidas”, disse. A campista Sônia Moté, 60 anos, seguiu a mesma linha: “É muito importante ter a procissão. Durante todo o ano, a gente participa das missas e celebrações. Então, esse é um dia para levar a fé pra rua”, afirmou.
Fonte: Folha da Manhã