sábado, 2 de março de 2019

Chuva, atrasos e crítica política marcam a primeira noite de desfiles da Série A no Rio de Janeiro

(Foto:Diogo Mendes)
As sete escolas que abrilhantaram a primeira noite de desfiles da Série A enfrentaram a chuva forte para levar à avenida belos espetáculos. Se a crítica política deu o tom nos cortejos, a chuva antes da festa e os atrasos nos desfiles chamaram a atenção ao longo da noite.

Além das agremiações, um dos destaques da noite foi o governador Wilson Witzel, que marcou presença dentro e fora do seu camarote, de onde fez até coraçãozinho com as mãos para os espectadores.

Após o atraso de meia hora no começo do desfile, a Unidos da Ponte apostou em materiais sintéticos para apresentar ao público o enredo "Oferendas". Após ser desalojada na preparação para o carnaval, a Alegria da Zona Sul abordou a umbanda com um desfile animado, ma que sofreu com falhas de som e ultrapassou em 1 minuto o limite de 55 minutos.

- Diante de tudo que a Alegria passou, estar aqui já é uma vitória, afirma Diego Araújo, enredista da escola da Zona Sul.

Bananas de verdade foram distribuídas ao público durante o cortejo da Acadêmicos da Rocinha, que criticou o preconceito e exibiu fotos de crianças mortas e desaparecidas da comunidade na fantasia de suas baianas. Com um desfile emocionante em homenagem à atriz Ruth de Souza, a Acadêmicos de Santa Cruz teve problemas no abre-alas, no segundo e no terceiro carro, que a levaram a estourar em 2 minutos o tempo máximo previsto pelo regulamento.

Dias Gomes foi o tema da Unidos de Padre Miguel, que levou para o sambódromo figuras como o eleitor pamonha, o defuntíssimo prefeito e um Odorico Paraguaçu metade político, metade diabo. Apesar do luxo, problemas na saída de carros da pista fizeram com que a escola extrapolasse em três minutos o limite dos 55 minutos. Doze mil garrafas pets foram utilizadas no abre-alas da Inocentes de Belford Roxo, que também reaproveitou caixotes de feira e pratinhos de isopor em um desfile marcado pelo desânimo.

A Acadêmicos do Sossego fechou a noite com um enredo sobre a intolerância religiosa. Esperado pela escultura do diabo inspirada no prefeito Marcelo Crivella, a escola surpreendeu e trouxe na última alegoria uma versão do Buda muito parecida com o ex-prefeito Eduardo Paes.

- Nada mais justo que reconhecer quem fez muito pela gente - afirmou o Wallace Palhares, presidente da agremiação.

O governador Wilson Witzel e sua esposa Helena Witzel prestigiam o desfile. Animado, ele chegou a fazer corações para os espectadores.






Fonte: Extra