A varejista Máquina de Vendas, conhecida pela bandeira Ricardo Eletro, está próxima de anunciar a sua recuperação extrajudicial. Com dívidas de 2,5 bilhões de reais, a empresa deve fechar o acordo com os seus credores até o fim do mês, segundo EXAME apurou. Assim que confirmado o acordo com credores, a Máquina de Vendas deve receber um aporte de 500 milhões de reais do fundo americano Apollo, que se tornará controlador da empresa.
O acordo está sendo costurado pelo grupo de private equity Starboard e assessorado pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados. “As negociações indicam um bom caminho para o acordo”, diz um executivo com conhecimento do negócio. Procurada, a Máquina de Vendas não se manifestou. A Starboard e o escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados também não comentaram.
A escolha por uma recuperação extrajudicial foi feita para organizar as dívidas, especialmente com fornecedores, que somam 1 bilhão de reais. Os 1,5 bilhão de reais restantes estão sendo negociados diretamente com bancos. O valor aportado pelo fundo Apollo será feito por meio da empresa de private equity Starboard, que vem atuando na reestruturação da companhia. “Com esse valor, a Starboard virará controladora da Máquina de Vendas”, diz um executivo a par das negociações.
Pelo menos por enquanto, o controlador Ricardo Nunes seguirá no comando da varejista. Mas, segundo EXAME apurou, ele pode ser substituído ao longo do ano. Nunes é o maior acionista da Máquina de Vendas com 55%, seguido de Luiz Carlos Batista, antigo proprietário da varejista Insinuante, com 42%.
Com ou sem Nunes na presidência, o primeiro objetivo é arrumar a casa. No primeiro semestre, houve uma retração de 25% nas vendas, impactadas também pela crise econômica e pela greve dos caminhoneiros.