domingo, 23 de outubro de 2016

Dr Barakat: Andropausa e o envelhecimento masculino

(Foto: Reprodução)
Após os 35 anos de idade, os homens apresentam uma queda progressiva e cumulativa na capacidade de produzir testosterona, hormônio imprescindível e que ocupa um papel central no equilíbrio metabólico masculino. Essa diminuição na produção da Testosterona é chamada de Andropausa, que acontece gradativamente em homens, geralmente apresentando uma queda do hormônio de 1 a 2% por ano.

Incontáveis estudos científicos, publicados ao longo dos últimos vinte anos, são unânimes em demonstrar que homens com níveis normais de testosterona são muito menos vulneráveis a hipertensão arterial, ataque cardíaco, obesidade, depressão, diabetes, câncer de próstata e uma vasta gama de problemas que, por desconhecimento, ainda são equivocadamente rotulados como situações próprias e “inevitáveis” da velhice.

Ao longo do processo de envelhecimento, o homem torna-se cada vez menos capaz de manter-se produzindo testosterona. Por outro lado, agravando ainda mais a situação, este mesmo homem vai sofrendo ativação de uma enzima denominada aromatase, que, desafortunadamente, eleva a sua capacidade de produzir estradiol, hormônio de linhagem francamente feminina.

Veja, ocorre, então, um profundo desequilíbrio na relação estradiol / testosterona, com diminuição da testosterona e severa elevação dos níveis de estradiol. Este fenômeno é o verdadeiro responsável pela maioria das chamadas “doenças próprias e inevitáveis da velhice” nos homens, há vista que muitos deles desenvolvem gordura e até ginecomastia mamária.

O cortejo de problemas, sinais e sintomas é bastante vasto, podendo ser classificados em dois grandes grupos: o dos Sintomas Mentais, que se apresenta pela fadiga, má qualidade de sono, insônia, nervosismo, ansiedade, irritabilidade, déficit de memória, depressão, redução dos níveis de energia e apatia, todos causados pelo excesso de hormônios femininos; e o dos Sintomas Físicos, apresentado pela obesidade, alterações da composição corporal, redução da massa muscular, angina, diminuição da capacidade imunológica, distúrbios de ereção, distúrbios de ejaculação, dores articulares, queda de cabelos e perda de massa óssea, causados pela diminuição da produção de testosterona.













Mohamad Barakat

É formado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC (FAC/ABC), com residência na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM). Possui pós-graduação em nutrologia e metabologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e em fisiologia do exercício pela Unifesp. Além disso, é máster em fisiologia do envelhecimento e ciências do antienvelhecimento pela Universidade Paulista (UNIP/SP) e endocrinologia e metabologia pelo Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed). Membro da International Hormone Society (EUA), membro e sócio fundador da A4M Brasil (American Academy of Antiaging Medicine) e membro titular doInternational Institute of Sports Nutrition And Human Performance (EUA)