(Fotos: Ralph Braz | Pense Diferente) |
Um dos símbolos de Atafona, em São João da Barra, a caixa d’água da Cedae, na rua João Batista de Almeida, está interditada pela Defesa Civil desde o último dia 22 de setembro por causa do risco de desabamento. Logo após, o município notificou a Companhia Estadual de Águas e Esgotos para que a estrutura, comprometida pela ação do mar, fosse demolida até o dia 30 de setembro. No entanto, o subcoordenador da Defesa Civil de SJB, André Luís de Souza, informou que a empresa pediu um período maior para a retirada de equipamentos como bombas e tubulações que ainda estão no local.
Enquanto isso, o acesso à caixa d’água está proibido à população.
— Em parceria com a secretaria municipal de Trânsito, impedimos o acesso ao local à população. Fazemos o monitoramento constante da estrutura e também avisamos aos moradores sobre o isolamento da área. Mesmo assim, algumas pessoas se arriscam, mas vistoriamos o local sempre — explicou André Luís.
O subcoordenador ainda informou que após o período de recesso na Prefeitura, a Defesa Civil de São João da Barra vai voltar a se reunir com a Cedae para reforçar o pedido para a demolição da estrutura.
— Da primeira vez, fomos pessoalmente à gerência da Cedae para falar sobre a demolição. Também tiramos areia para melhorar o acesso da equipe da companhia para retirarem os equipamentos que ainda estão no local — contou.
Após análise da estrutura, a Defesa Civil interditou a caixa d’água há mais de um mês devido ao risco iminente de desabamento. No entanto, o abastecimento de água está garantido e vem sendo feito a partir de um poço aberto pela Cedae em um terreno na chegada da praia.
Na ocasião, o coordenador do órgão, Felício Valiengo, disse que a Defesa Civil estava aguardando a entrega de uma documentação da Cedae para acertar os últimos detalhes e definir a data de demolição do imóvel.
Outra demolição — A mais recente intervenção da Defesa Civil que gerou a demolição de uma referência em Atafona foi com o Praia Clube, em 11 de setembro de 2015. A interdição do espaço e a determinação da demolição foi publicada pela Defesa Civil em março do mesmo ano.
Estrutura foi construída há 25 anos
O jornalista, membro da Academia Campista de Letras e pesquisador da história de Atafona, João Noronha já publicou dois livros sobre Atafona — “Uma dama chamada Atafona” (2003) e “Atafona: sua história, sua gente” (2008) — está com o terceiro, “Atafona: o moinho do pescador”, pronto desde 2010, aguardando incentivo para publicação. Ele comentou sobre a construção do primeiro reservatório e a necessidade da atual, que será demolido:
— O campista governador (1966-1967) do Estado do Rio de Janeiro, Teotônio Ferreira de Araújo (1918-1978), implementou o sistema de saneamento e água encanada até o antigo pontal. Com o aumento populacional de Atafona, a primeira caixa d’água não estava dando vazão para a demanda. Foi então que no final dos anos 1980, início dos anos 1990, foi construída a segunda caixa d’água, essa que está comprometida hoje. A estrutura dela é de concreto e com cisternas que funcionam como reservatório abaixo dela — explicou o pesquisador.
Fonte: Folha da Manhã