(Fotos: Ralph Braz | Blog Pense Diferente) |
O fato mais comentado em São João da Barra desde a noite da última terça-feira é a decisão dos vereadores em não aumentar o número de cadeiras para a próxima legislatura. Para alterar a Lei Orgânica do município, dois terços dos vereadores deveriam votar a favor da proposta apresentada pela bancada governista, que ampliava o número de parlamentares de nove para 13. A proposta foi rejeitada pela bancada de oposição, que contou com o voto de Sônia Pereira (PT) — que acompanhou a bancada governista em outras votações polêmicas — como fiel da balança. Nomes cotados para disputar a Prefeitura de São João da Barra em 2016 divergem sobre a decisão dos vereadores.
Para o atual prefeito e provável candidato à reeleição, José Amaro Martins de Souza, Neco (PMDB), o município perdeu a oportunidade de ter novas lideranças no Legislativo. Além disso, o prefeito ressaltou que mais cadeiras na Câmara não onerariam a administração municipal, uma vez que o percentual de repasse é o mesmo. A opinião é compartilhada pelo pré-candidato Roberto D’Affonseca.
Carla Machado (PT), ex-prefeita de SJB e pré-candidata ao cargo, avaliou positivamente a decisão dos parlamentares, ao considerar o momento de crise econômica e a vontade da população. Devido à aproximação de Carla com os vereadores da bancada de oposição, foi cogitada sua influência, mas ela assegurou que “não interferiu em nada”.
Já o deputado estadual Bruno Dauaire (PR), cotado como candidato a prefeito entre os sanjoanenses, preferiu um discurso mais institucional e evitou a polêmica discussão que esquentou a política de São João da Barra.
“Foi uma decisão que só prejudica o município. Se a Câmara tivesse aprovado a alteração na Lei Orgânica, entrariam mais quatro vereadores. Não iria aumentar o custeio do município em nada. Apenas iria dar oportunidade a mais e novas lideranças do município de participar do pleito eleitoral e com ânimo novo, com mais chance”.
Neco (PMDB), prefeito de SJB e pré-candidato ao mesmo cargo.
“A avaliação da necessidade de manter ou não o número de cadeiras foi feita pelo plenário competente. São decisões que as próprias câmaras devem tomar. E essa autonomia se deve ao fato de que cada vereador conhece a realidade do segmento popular que representa. Os municípios têm decidido por seus critérios”.
Bruno Dauaire (PR), deputado estadual e provável candidato a prefeito de SJB.
“Apesar de ser uma decisão do Legislativo, que não modifica a campanha majoritária, achei satisfatória, em virtude da crise que se apresenta nacionalmente e em especial no município, que se encontra endividado, obrigado a tomar empréstimo colocando os royalties como garantia. Quantidade não é qualidade. A população demonstrou através de pesquisa que era contra”.
Carla Machado (PT), ex-prefeita de SJB e pré-candidata ao cargo.
“Deveria ter aumentado. É um aumento quantitativo que não representa aumento de despesa para a municipalidade. Aumenta a representação, no princípio da maior representação popular no poder Legislativo. Não tem influência econômica. O percentual destinado à Câmara é calculado em cima do orçamento arrecadado pelo município”.
Fonte: Folha da Manhã