(Foto: Ralph Braz) |
Os professores da rede municipal de ensino de Campos, que se encontram em estado de greve, deflagrarão greve de ocupação por 72 horas a partir desta segunda (18). A decisão foi tomada em assembleia realizada pelo Sindicato Estadual dos Profissinais da Educação (Sepe) no último dia 12, que contou com mais de 100 integrantes da categoria. A greve de ocupação foi acordada, caso o governo municipal não apresentasse uma contraproposta em relação ao reajuste anual, que foi negado por conta da aprovação a implantação do Plano de Cargos e Salários.
Durante a assembleia, realizada no dia 12, ficou decidido o estado de greve e caso as negociações com a Prefeitura não avançarem, a categoria irá fazer uma greve de ocupação por mais 72 horas, a partir do dia 18 de maio. No dia 19, uma nova assembleia será feita para decidir se darão continuidade a greve por tempo indeterminado ou não.
A categoria reivindica atualização do Plano de Cargos, Carreira e Salários; implantação de 1/3 da carga horária para professores; aumento salarial/data base; projeto de profissionalização para funcionários administrativos; eleição direta para diretor; entre outros.
Durante a assembleia, a professora Graciete Santana leu um manifesto do movimento dos Servidores em Ação, que “repudia a forma de tratamento da atual gestão do governo e a Câmara dos Vereadores, especificamente da base do governo”.
De acordo com Norma Dias, uma das diretoras do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), não houve nenhum avanço na questão da reposição salarial. A proposta que o sindicato recebeu não agradou, pois seria um aumento de 10% para o profissional regente, professor em sala de aula, como abono, não incorporado ao salário. “O Sepe é contra a política de abono. Estamos desde fevereiro em negociação, mas não houve avanço”, explicou.
A série de protestos dos servidores campistas teve início no dia 4 de maio. Professores trabalharam vestidos de preto e à noite se reuniram na praça do Liceu, com apoio de outras categorias, para protestaram contra o corte dos seus direitos. No dia seguinte, os profissionais fizeram uma carreata que terminou em frente à Câmara, onde encontraram portas fechadas. Após um tempo de manifestação, um grupo de 10 pessoas se reuniu com os vereadores.
Secretário fala sobre Plano de Cargos
Sobre a questão da implantação do Plano de Cargos, que foi sancionado pela prefeita Rosinha Garotinho (PR) no último dia 9, o secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, explicou que neste primeiro momento a Prefeitura está fazendo o enquadramento dos servidores por letras e cada letra corresponde ao tempo de trabalho, com reajuste salarial de 2,5% a cada dois anos de serviço prestado, de forma cumulativa. “Em cima do novo salário é que vão incidir todos os adicionais, como quinquênio e outros benefícios”, destacou.
Fábio Ribeiro disse que, já no contracheque de maio, os vencimentos estarão com os valores reajustados, lembrando que o reajuste dos salários dos servidores é retroativo à data da admissão e relativo ao tempo de serviço. “O novo Plano vai contemplar cada servidor imediatamente e, diferente do plano criado em 2002 e que nunca foi implantado, este também beneficiará aposentados e pensionistas. Discutimos todos os detalhes com o Siprosep, ouvimos diferentes categorias para atender às reivindicações e temos, ainda, 90 dias para possíveis ajustes, como o enquadramento do profissional por progressão horizontal ou vertical. Mantemos o diálogo para promover a valorização do funcionalismo”, finalizou.
Fonte: Folha da Manhã