(Foto: Ralph Braz) |
A crise internacional do petróleo gera impactos diretos na economia dos municípios da Bacia de Campos, responsável por mais de 80% da produção nacional do ‘ouro negro’. A queda nas receitas dos royalties força, entre outras medidas, contingenciamento no orçamento, redução de salários, reavaliação de contratos e até reformulação da estrutura administrativa. A situação é preocupante e interfere no dia a dia de gestores públicos, do empresariado e do trabalhador. Um provérbio chinês diz que não há crise sem oportunidade, e acredito que esse seja o momento ideal para a adoção de nova postura por parte não apenas da classe política, mas também de toda a sociedade.
Em tempos de crise, somos desafiados a usar nossa criatividade para superar adversidades. A troca de experiências e o diálogo permanente são trunfos importantes na busca por soluções. Nas últimas reuniões da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo da Bacia de Campos (Ompetro), por exemplo, com interesses partidários de lado, os prefeitos discutiram exaustivamente medidas para minimizar impactos negativos junto aos serviços prestados à comunidade. Posição nesse sentido também foi adotada por vereadores que integram o Parlamento Regional. É uma tarefa árdua, mas possível de ser realizada.
Os municípios do Norte Fluminense devem aproveitar o quadro atual para se reposicionar na identificação de opções que garantam novas vertentes para a sustentabilidade econômica. Vocações como a agricultura e o turismo precisam ser tratadas como possibilidades reais para a geração de emprego e renda. A região é importante polo educacional, com a presença de instituições de ensino renomadas, que podem ser parceiras nesse desafio.
Não é fácil apresentar propostas inovadoras e de baixo custo em momentos de turbulência, mas precisamos vislumbrar e viabilizar o surgimento de novos horizontes. A crise é passageira; com determinação, sairemos mais fortes desse momento que deve, acima de tudo, servir de aprendizado.
Mauro Silva é jornalista, advogado e vereador de Campos
Fonte: O Dia