(Foto: José Luiz Câmara Cordeiro) |
As redes sociais têm sido aliadas dos cidadãos campistas. Indignados com os problemas encontrados no município, a população vem denunciando as irregularidades com a esperança de que o fato ganhe visibilidade e seja solucionado. Esta semana, mais um vídeo foi amplamente compartilhado na internet, desta vez com imagens de um grande vazamento de esgoto in natura em uma propriedade privada no bairro Codin, em Guarus. O filme com dois minutos de duração foi gravado no dia 6 de fevereiro e já chegou às mãos da Polícia Civil que começou a investigar o caso.
Segundo o cidadão que fez as imagens, José Luiz Câmara Cordeiro, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Água do Paraíba na Codin não teria capacidade o suficiente para receber e tratar o esgoto do Distrito Industrial, localizado no bairro, e também das localidades adjacentes. Quando o reservatório chega ao limite, os funcionários do local acionariam uma bomba automática para despejar o esgoto na propriedade. O dono do terreno, identificado apenas como Valério, afirmou que toda área foi contaminada. Ele disse ter procurado a concessionária e o Instituto Nacional do Ambiente (Inea), que, antes do vídeo, nada tinham feito para solucionar o problema.
Na última semana, José Luiz publicou o vídeo no Facebook e no WhatsApp e registrou uma ocorrência na Delegacia de Guarus. As imagens foram viralizadas e chegaram ao conhecimento da Águas do Paraíba. Na terça-feira (10), agentes da Polícia Civil foram ao local coletar amostras da água contaminada, mas se depararam com caminhões-pipa que limpavam todo o terreno. José Luiz contou à equipe de reportagem do jornal Terceira Via que a concessionária teria interrompido o despejo de esgoto na propriedade esta semana como medida paliativa. “Mas vai chegar um momento em que o reservatório estará cheio novamente e precisará ser esvaziado. Essa alternativa da Águas do Paraíba não traz solução, apenas adia a discussão”, disse.
Para José Luiz, a solução seria construir uma nova ETE, maior e mais avançada, para atender todos os bairros da área e não precisar contaminar o meio ambiente.
As amostras coletadas pela perícia da Polícia Civil serão encaminhas para um laboratório onde devem ser analisadas.
Por meio de nota, a Águas do Paraíba informou que em agosto do ano passado, a concessionária e três condomínios do bairro Parque Vicente Dias (conhecidos como “Balança Mas Não Cai”)assinaram um TAC com o Ministério Público Federal (MPF) para encerrar o despejo de esgoto sem tratamento no rio Paraíba do Sul.
O procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira, que conduziu as negociações, informou na ocasião que o acordo iria “por fim à situação que perdura há anos”. O TAC foi resultado de um inquérito civil público que apurava a situação. Na ocasião, o procurador disse que, caso fosse comprovado o dano ambiental, os responsáveis poderiam responder judicialmente pelos atos praticados.
Fonte: Terceira Via