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(Foto: Ralph Braz) |
Vai ter reforma no Mercado Municipal de Campos. Afinal, a área faz parte do projeto de revitalização do Centro Histórico. No entanto, o que preocupa segmentos da sociedade civil é a falta de diálogo, já que ainda não foi aberta uma audiência pública para discutir o projeto mais adequado para o prédio tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Artístico Municipal (Coppam). Já o membro fundador do Coppam, Alexandre Deute, chama atenção para a ambiência, que deve ser respeitada.
Ambiência não é medida em metros. Ela se refere ao entorno de um patrimônio material que deve ser sua integridade física e visual preservada. Ou seja, novas construções não devem fazer sombra ou dificultar a visualização do bem tombado.
— Parece que a onda metálica prevista no projeto da Prefeitura vai brigar com a visualização do prédio do Mercado Municipal. O que se precisa é de um projeto, de uma maneira de construir que não atrapalhe a visualização — destacou Alexandre, que esteve presente na reunião realizada na sede da superintendência de Preservação do Patrimônio Histórico, no último dia 10.
Ele também disse que pelos croquis apresentados na reunião não dá para ver se a altura e a volumetria do camelódromo interferirão na ambiência.
— Reconheço que a Prefeitura tem feito obras importantes no Centro Histórico, mas não adianta fazer e na hora de colocar a cereja do bolo errar. O Mercado não pode ser reformado, ou seja, receber uma nova forma. Ele precisa ser restaurado — salientou.
Na ocasião, foi debatido o projeto de reforma do Shopping Popular Michel Haddad e a mudança da cobertura da Feira Livre, que funciona ao lado do Mercado Municipal. O encontro aconteceu depois de ser licitado e ter ordem de serviço para ser executado, sem qualquer consulta pública.
— Os anexos ao Mercado foram construídos antes do tombamento. Então, o Poder Público não seria, em tese, obrigado a retirar a estrutura metálica. No entanto, desde o momento em que retira, ao retornar, precisa estar atento para não prejudicar o que já existia, conforme definições das cartas patrimoniais — disse, também frisando não ser contra camelôs e feirantes, que já constituem a história do prédio, sendo um legado imaterial, assim como os camelos, parte dos usos e costumes do município.
Já o presidente do Coppam e superintendente de Patrimônio Histórico, Orávio de Campos, disse que o encontro foi bastante produtivo.
— Esta é uma discussão que começou pelas redes sociais. Então, o Coppam está adiantando a discussão desta temática e ouvindo as representações sociais e técnicas. A ideia é que encontremos uma solução do que pode ser feito com relação ao projeto, que está pronto — destacou Orávio.
Quem iniciou o debate pelo Facebook foi o jornalista e presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Vitor Menezes, que também participou da reunião no Coppam. Após o encontro, Vitor se manifestou em sua rede social:
— Minha opinião é a de que um novo projeto deve ser feito, que mantenha o camelódromo e a feira livre nas proximidades do Mercado Antigo, mas não colado do modo como a Prefeitura quer executar. Há alternativas em uma área próxima, com parte do Alberto Sampaio e em um terreno na rua Benta Pereira. Os comerciantes permaneceriam próximo ao Mercado (repito: mas não colados). Isso garantiria a sua vitalidade popular, pois não adianta ter edificação histórica bonita mas sem gente, e ao mesmo tempo seria valorizada a beleza arquitetônica do prédio antigo — destacou.
Fonte: Folha da Manhã
Fonte: Folha da Manhã