quarta-feira, 21 de maio de 2014

MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS PERMANECE FECHADO, GREVE CONTINUA

(Foto: Ralph Braz)
A assembleia organizada pelos trabalhadores da Cultura nesta quarta-feira (21) no Rio de Janeiro não resultou em avanços e o Museu Imperial, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, vai permanecer com os portões fechados. A greve já dura nove dias, mas antes foram feitas paralisações. Na sexta-feira (23), uma nova assembleia será realizada em Petrópolis pelo sindicato da categoria. O fechamento do Museu Imperial, que é um dos principais atrativos da cidade, vem gerando prejuízos ao turismo e ao comércio.

Segundo Márcio Miqueline, que é concursado e trabalha na biblioteca do museu, “a cobrança é por um Plano de Cargos e Salários, além da realização de novos concursos”. Ele acrescenta que o Museu tem 39 concursados, sendo que o quadro total é de mais de 100 de funcionários. “Somos minoria”, lamenta Márcio. Nesta quinta-feira (22) um representante da categoria vai participar de uma reunião em Brasília com a secretaria executiva do Ministério da Cultura (MinC) para discutir as reivindicações, que até o momento foram negadas.

Mesmo depois de nove dias fechado, o ponto turístico que recebe mais de 20 mil visitantes por mês ainda pega de surpresa quem vem de longe. Ana Moreira, de 29 anos, é de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e estava em Petrópolis com a mãe e a filha de 5 anos. “Ela queria conhecer o Museu, estava muito empolgada. Agora não sei o que vamos fazer, acho que procurar alguma coisa aqui no Centro mesmo”, disse a turista na tarde desta quarta-fe
ira (21).

O guia de turismo André Luis do Amaral, relações públicas da Associação dos Guias de Turismo de Petrópolis (AGP), está preocupado com a falta de negociação entre os funcionários da Cultura e o ministério. “Estamos deixando de receber em média 18 ônibus lotados de turistas na cidade. Pelo seis seriam de pessoas que vêm de outros países”, ressalta. Dezoito guias da associação estão parados, já que não há demanda de visitantes. “Com o Museu fechado as agências tiram Petrópolis do roteiro”, alerta André.

Restaurantes do Centro Histórico já registram queda de até 70% no movimento. É o caso do Restaurante Paladar, que fica na Praça da Liberdade. A proprietária, Maria da Conceição Soares de Souza, diz que a situação é preocupante. “Muitos turístas já estão na capital por conta da Copa do Mundo. O Museu seria o principal motivo para eles virem à Petrópolis, mas com as portas fechadas eles deixam de conhecer e movimentar a nossa economia”, reclama.


Fonte: Portal G1