A morte de Steve Jobs, na quarta-feira, 5 de outubro de 2009, mobilizou fãs ao redor do mundo. De Nova York a Pequim, donos de iPhones e iPads - ou apenas admiradores de um homem visionário - prestaram homenagem ao cofundador da Apple em frente a lojas da marca.
Na sede da empresa - Infinite Loop, 1, Cupertino, Califórnia -, pessoas deixaram flores, maçãs, revistas em que Jobs aparece na capa e fotografias. O clima de condolência foi completado com bandeiras da Califórnia, dos Estados Unidos e da Apple a meio mastro.
Em todos os tributos, smartphones e tablets exibiam a foto de seu criador, que deixara a presidência da Apple em 25 de agosto de 2011. Tim Cook, então diretor de operações, ocupou seu lugar. Na luta contínua contra um câncer no pâncreas, Jobs declarou, à época, que assumiria a presidência do conselho de administração da companhia.
Mas, agora, sua morte deixa não só lacunas em uma das companhias mais valiosas do mundo, como no setor de tecnologia e do mercado financeiro. A aposta de analistas é que, na ausência do espírito criativo de Jobs, seus principais rivais possam recuperar o atraso em relação aos produtores inovadores da Apple.
Uma das beneficiadas nesse contexto seria a Samsung, fabricante do tablet Galaxy Tab e do smartphone Galaxy SII, fortes concorrentes para o iPad e o iPhone 4S. A relação amigável (Apple compra componentes eletrônicos da Samsung) e a rivalidade entre as companhias colaborou para a Samsung alcançar valor de mercado de US$ 115 bilhões.
A partida de Jobs também mexe com o mercado financeiro. No primeiro dia após seu falecimento, as ações da empresa fecharam em queda de 0,23%, com os papéis precificados na média de US$ 377,37. Alguns analistas acreditam que, embora possa haver reação negativa à notícia triste, a empresa deve superar as expectativas nós próximos anos e seguir como uma das líderes do mundo tecnológico sob o comando de Tim Cook.
Biografia
Esperada para 21 de novembro de 2009, a biografia de Steve Jobs - primeira autorizada por ele - teve a data de lançamento antecipada para 24 de outubro. A decisão da editora, Simon & Schuster, ocorreu após o número de pedidos de compra da biografia aumentar drasticamente. No dia seguinte à morte de Jobs, o livro apareceu em primeiro lugar na lista dos "best sellers" da Amazon e em terceiro lugar na Barnes&Noble.
Em artigo na revista Time, o autor da biografia, Walter Isaacson, equiparou Steve Jobs a Thomas Edison e Ford. "Jobs tornou-se assim o maior executivo de nossa época, aquele que com maior certeza será lembrado daqui a um século. A história vai colocá-lo no panteão, bem ao lado de Edison e Ford."
Nasceu em São Francisco, Califórnia, no dia 24 de fevereiro de 1955 foi um inventor, empresário e magnata americano no setor da informática. Notabilizou-se como co-fundador, presidente e diretor executivo da Apple e por revolucionar seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital. Além de sua ligação com a Apple, foi diretor executivo da empresa de animação por computação gráfica Pixar e acionista individual máximo da The Walt Disney Company.
No final da década de 1970, Jobs, em parceria com Steve Wozniak e Mike Markkula, entre outros, desenvolveu e comercializou uma das primeiras linhas de computadores pessoais de sucesso, a série Apple II. No começo da década de 1980, ele estava entre os primeiros a perceber o potencial comercial da interface gráfica do usuário guiada pelo mouse, o que levou à criação do Macintosh
Após perder uma disputa de poder com a mesa diretora em 1985, Jobs demitiu-se da Apple e fundou a NeXT, uma companhia de desenvolvimento de plataformas direcionadas aos mercados de educação superior e administração. A compra da NeXT pela Apple em 1996 levou Jobs de volta à companhia que ele ajudara a fundar, sendo então seu CEO de 1997 a 2011, ano em que anunciou sua renúncia ao cargo, recomendando Tim Cook como sucessor.
Morreu em 5 do outubro de 2011, aos 56 anos de idade, devido a um câncer pancreático.