O coronel da Polícia Militar, Helio Vidal Martins Junior era namorado da procuradora Pryscilla Padilha Gomes Bastos, de 35 anos e ajudou a mulher a contratar um policial expulso para matar o ex-marido dela, Alessandro Velasco Barreto. Coronel Vidal era subcomandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, em Campos em 2009, na época do crime.
Ele e Pryscilla foram presos na última segunda-feira (30 de setembro), em Guapimirim, na região Serrna do Estado e em Campos, respectivamente. O Jornal Terceira Via teve acesso ao processo criminal que envolve a procuradora da prefeitura de Quissamã, e o coronel da PM.
Segundo a justiça, os dois são acusados de encomendar a morte do comerciante Alessandro Velasco Barreto, em março de 2009.
Em decisão, o juiz afirma não ter dúvidas de que o coronel Vidal e Pryscilla, contrataram o policial militar expulso Raleigh Machado Dias e o comparsa Edilberto Siqueira Batista Júnior, o “Careca” para matar o comerciante. O processo relata que o provável motivo do crime era uma briga na justiça que a suspeita travava com o ex-marido pela guarda do filho.
Raleigh e Careca já estavam presos por envolvimento em outros homicídios. Pryscilla e o coronel Vidal vão responder por homicídio duplamente qualificado (crime praticado por motivo torpe e que não possibilitou a defesa da vítima).
A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos concluiu que o casal Pryscilla e Vidal se falou por pelo menos 80 vezes no dia do crime. No mesmo período os outros suspeitos se comunicaram 500 vezes.
Na decisão da justiça que culminou na prisão dos envolvidos, o juiz afirma que há indícios suficientes de autoria. “ Crimes dessa natureza, hedionda, que têm causado repulsa e intranquilidade na comunidade, principalmente quando praticados por aqueles que deveriam zelar pelo cumprimento da lei, bem como pela pacificação social, ou seja, policiais militares, não podem fincar raízes na sensação de impunidade, merecendo que o Poder Judiciário atue não só na apuração escorreita dos fatos narrados nos autos, mas também dê respostas à sociedade, que não raras vezes desacredita no Poder Judiciário como órgão da justiça, pelo que se faz presente a necessidade de garantia da ordem pública”.
O processo passou pela mão de 15 juízes de Campos. Um deles desistiu de julgar a causa alegando ter presidido o processo de separação do ex-casal Pryscilla e Alessandro.
O comerciante foi morto durante o dia em frente ao hortifrutt que era proprietário, no Parque Califórnia. Os assassinos chegaram em uma moto atirando contra a vítima. Várias cápsulas de pistola foram deixadas no local do crime. Vizinhos chegaram a acreditar que a vítima tinha sido assaltada.
Pryscilla e Vidal foram levados para um presídio no Rio de Janeiro.
Fonte: Terceira Via