Os médicos do Hospital Ferreira Machado estão envolvidos no tratamento do paciente, vítima da bactéria KPC, a que, aparentemente, desenvolveu, por mutação, imunidade aos antibióticos.
A fonte garante que o estado dele inspira muitos cuidados, uma vez que, ao que se saiba, não há ainda um protocolo internacional a ser seguido nesses casos. A origem da bactéria é em Nova Délhi, na India.
É claro que a prioridade, neste momento, é salvar o rapaz do risco de morrer, mas ao setor de Saúde Pública, cabe, no tempo mais curto possível, uma ampla campanha de esclarecimento, com destaque para os riscos do contágio, sintomas e procedimentos.
A KPC é a abreviatura de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase. A KPC ganhou este nome porque a Klebsiella, uma bactéria antes comum, passou a produzir uma enzima (carbapenemase) capaz de anular medicamentos como penicilina, cefalosporinas e as carbapenemas.
Isso acontece porque toda bactéria possui uma estrutura genética móvel, chamada plasmídeo, que é capaz de se transferir de uma bactéria para outra. Depois de receber este código genético, a antes inofensiva bactéria Klebsiella passou a resistir aos remédios, por mais poderosos que fossem. É como se o mesmo vírus de computador pudesse infectar Macs e Pcs.
Ambas as bactérias, é bom frisar, são do tipo oportunistas, que atacam geralmente pessoas com um quadro de saúde complicado, agravado por alguma doença. As vítimas preferidas são pessoas gravemente feridas, ou que estão internadas em UTIs, submetidas a vários procedimentos de caráter invasivo. As pessoas que morreram no Brasil enquadram-se neste perfil. Quem está saudável não corre riscos significativos e pode até acompanhar e visitar pacientes infectados.
Os hospitais serão obrigados a colocar álcool em gel em salas onde há pacientes e em cada quarto.
Não dá para esperar mais.
Fonte: Blog do Fernando Leite/ Veja